Levou um avião da TAP a falhar a aterragem em Londres e gerou o pânico entre alguns passageiros. O presidente do IPMA fala em velocidade "próxima à dos grandes furacões e tornados". Mas como se move esta tempestade?
Faz parte das tempestades tropicais do Atlântico Norte, que são formadas em regiões de baixa pressão e se alimentam da energia do oceâno. Progridem a nordeste ou noroeste, numa latitude tipicamente próxima de Cabo Verde, muitas vezes terminando a norte da Península Ibérica. Estas tempestades de inverno às quais os especialistas chamam "depressão" transportam ventos de alta velocidade e precipitação intensa.
"A sua atmosfera circula numa direção ciclónica, ou seja, na direção da rotação da Terra", explica o presidente do IPMA, Miguel Miranda, à CNN Portugal. Em Inglaterra, onde algumas zonas se encontram em alerta vermelho, atingiu uma velocidade máxima de 200 quilómetros por hora em rajada, "a mais alta alguma vez registada" e "próxima à dos grandes furacões e fenómenos mais pequenos, como os tornados".
É a primeira vez que Londres assiste a um fenómeno semelhante desde que o sistema de alerta foi introduzido, em 2011. A Irlanda e a Holanda também estão entre os países mais afetados e foram inclusivamente registadas mortes na Europa.
Portugal está neste momento em alerta laranja devido à agitação marítima e alguns portos estão a fechar as barras, mas os aeroportos continuam abertos. "Os aviões que tentam aterrar na zona oeste de Inglaterra é que estão a ter problemas", diz Miguel Miranda. Também estão previstas dificuldades na Madeira durante a noite.
Miguel Miranda diz que haverá uma avaliação este sábado de todos os prejuízos, mas já há relatos de destruição de telhados e casas e de falhas de eletricidade em zonas importantes. "É uma tempestade de grande capacidade e impacto."