Quanto tempo de ecrã é demasiado? Sinais de que é viciado no seu telefone

CNN , Andrea Kane
4 mar 2023, 12:00
Telemóvel

É indiscutível que muitos de nós passamos grande parte das nossas vidas em frente dos ecrãs - especialmente dos nossos telefones.

O que também é indiscutível é que algumas dessas atividades podem colocar-nos numa espiral, que consome o nosso tempo.

De facto, 31% dos adultos americanos e 46% dos adolescentes americanos dizem estar na Internet "quase constantemente", de acordo com inquéritos da Pew Research Surveys de 2021 e 2022.

Quanto é demasiado? Por vezes é difícil de saber. Mas, às vezes, a resposta é muito mais óbvia. Foi para Jerome Yankey. Ele era caloiro universitário quando percebeu que a sua utilização das redes sociais, especificamente do TikTok, se tinha tornado problemática.

"Começou a desgastar-me fisicamente primeiro, penso eu, porque começou quando estava apenas a navegar durante horas, sem dormir - no fundo, estava a tirar horas do meu dia. Eu não tinha muito mais a fazer no meu tempo livre", explicou.

Quando o balanço passou do físico para o mental, anulando a sua criatividade e distorcendo o seu sentido de valor, ele decidiu que precisava de parar. E fê-lo a frio - não foi nada fácil.

Yankey está longe de estar sozinho. Um inquérito do Pew Research de 2022 com adolescentes americanos descobriu que 67% deles usam o TikTok e, entre estes, 16% usam-no "quase constantemente". Este número é ainda maior entre os 95% dos adolescentes que veem o YouTube, com 19% a utilizá-lo "quase constantemente".

Estarei viciado?

Por enquanto, o vício da Internet não é um diagnóstico clínico oficial. Há ainda muitas dúvidas sobre se se qualifica como um distúrbio de saúde mental por si só ou se deve ser considerado como parte de outro estado de saúde mental. Há também questões sobre como defini-lo, medi-lo, testá-lo e tratá-lo.

A maioria dos especialistas concorda, contudo, que, independentemente de ser um verdadeiro "vício" ou outra coisa qualquer, demasiado tempo online pode ter efeitos maus, especialmente para as crianças.

É aí que entra o médico Michael Rich. Um autodenominado "mediador", Rich trata pacientes jovens com aquilo a que ele chama de uso problemático dos media na Clinic for Interactive Media Disorders (que codirige) no hospital pediátrico de Boston, nos Estados Unidos.

"O problema é quando as suas funções diárias são, de alguma forma, prejudicadas", sublinhou. "Não estão a dormir o suficiente, estão a comer em demasia, estão a faltar à escola ou a adormecer na escola, estão a afastar-se dos seus amigos."

Rich gosta de ficar longe do modelo do vício.

"Nós, como sociedade, usamos o termo vício como pejorativo. Pensamos nos toxicodependentes como pessoas fracas, com caráter fraco... e abordamos o vício ainda como algo a ser punido em vez de curado", observou.

Rich também não considera que a tecnologia seja a causa dos problemas dos seus pacientes, mas sim amplifica-os. E tem uma abordagem contraintuitiva para ajudar os seus jovens pacientes, que muitas vezes lidam com outros problemas - como ansiedade, distúrbio obsessivo-compulsivo ou apenas o simples stress. Veja como aprendem a desabituarem-se dos seus aparelhos e a adoptar uma relação mais saudável com os seus dispositivos.

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