Maior companhia aérea do Japão aposta em táxis voadores

17 fev 2022, 06:09
eVTOL

Utilização de táxis voadores é uma das grandes apostas, não apenas na ligação ao aeroporto da cidade, mas também para passeios turísticos à volta de Yumeshima, a ilha artificial que irá receber a exposição universal de 2025

A japonesa ANA e a startup norte-americana Joby Aviation vão juntar esforços para colocar no ar os primeiros táxis-voadores do Japão. O acordo, assinado no início desta semana, deverá dar resultados em 2025, o ano da Exposição Mundial de Osaka. O fabricante de automóveis japonês Toyota também deverá entrar neste consórcio. Em 2020 a Toyota investiu quase 400 milhões de dólares (perto de 352,5 milhões de euros) na Joby, para a produção massiva de pequenos helicópteros elétricos.

Apesar de o comunicado conjunto não apontar um deadline para o arranque das operações, a primeira aposta deste novo consórcio é assegurar deslocações em táxi aéreo entre o aeroporto de Osaka e o centro desta cidade japonesa, num ano em que se esperam milhões de visitantes estrangeiros atraídos pela próxima Exposição Mundial. Atualmente o trajeto entre o aeroporto Kansai - que fica numa ilha artificial a cerca de 40 quilómetros de Osaka - e o centro da cidade demora cerca de uma hora em automóvel. Em comboio, o mesmo trajeto demora entre 40 minutos e uma hora. O projeto ANA/Joby visa encurtar essa viagem para apenas 15 minutos em táxi aéreo.

“Poder oferecer [aos passageiros] a opção de uma viagem rápida e sustentável de um aeroporto internacional até ao centro de uma grande cidade é bastante desafiante”, afirmou o vice-presidente da ANA, Koji Shibata numa declaração à imprensa.

A Exposição Mundial de Osaka será o momento para o Japão mostrar ao mundo todas as tecnologias que poderão mudar a vida no planeta nas próximas décadas. A utilização de táxis voadores é uma das grandes apostas, não apenas na ligação ao aeroporto da cidade, mas também para passeios turísticos à volta de Yumeshima, a ilha artificial que irá receber a exposição universal de 2025.

Paris aponta para as Olimpíadas de 2024

A Joby Aviation está a trabalhar no desenvolvimento de um helicóptero eVTOL, sigla inglesa que designa um veículo totalmente elétrico, que levanta voo e aterra na horizontal. O protótipo tem cinco lugares - incluindo o do piloto -, uma velocidade máxima estimada de 321 km por hora, e permite uma autonomia de voo de 241 quilómetros.

Desde 2018 que um documento do governo japonês aponta o desenvolvimento dos táxis aéreos não poluentes como uma das apostas de futuro para a mobilidade no país. O documento governamental admitia que entre 2023 e 2025 pudesse começar o uso comum de táxis aéreos. A ligação a zonas montanhosas, mas também aos centros das cidades mais congestionadas, são as prioridades para a aplicação destes veículos. Outra vertente central será o auxílio em caso de catástrofes naturais como terramotos ou tsunamis.

Antes deste anúncio da ANA, a JAL, a outra grande companhia de aviação japonesa, já havia feito acordos para o desenvolvimento de eVTOL com diversos parceiros, incluindo a Volocopter, empresa alemã que está na vanguarda da corrida aos táxis aéreos. 

A Volocopter está a trabalhar para ter um serviço de táxis aéreos em funcionamento em Paris, em 2024, a tempo da realização dos Jogos Olímpicos na capital francesa. Os voos experimentais do protótipo de Volocopter decorrem desde junho do ano passado. Os responsáveis da empresa alemã acreditam que, com o desenvolvimento desta tecnologia, os táxis aéreos podem tornar-se banais e acessíveis a qualquer cliente, a valores semelhantes aos dos atuais táxis. 

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