Imposto europeu pode chegar aos 9,2 mil milhões de euros anuais. Temu e Shein não serão as únicas afetadas, já que a proposta se destina em grande parte a todos os retalhistas chineses
A União Europeia pretende cobrar uma taxa fixa sobre as milhares de milhões de pequenas encomendas que todos os dias entram nos 27 Estados-membros.
A maioria, sabe-se, vem da China, nomeadamente de lojas online como a Temu e a Shein, que vendem para os países europeus encomendas de baixo valor.
A Comissão Europeu fez circular um projeto de proposta sobre esta mesma taxa esta segunda-feira, depois de muitos Estados-membros terem exercido pressão por causa da sobrecarga das autoridades aduaneiras.
Para se ter uma ideia, aos 27 chegam 4,6 mil milhões de artigos importados todos os anos, o que está a esgotar os serviços de receção de encomendas.
De acordo com o Financial Times, que teve acesso à proposta, não há ainda uma taxa fixa, mas esse valor pode andar à volta dos dois euros. Isso mesmo: cada encomenda de lojas como a Temu ou a Shein pode estar prestes a ficar dois euros mais cara por pacote.
Quanto ao dinheiro recebido, a União Europeia pretende dar-lhe dois destinos: diretamente para o orçamento comunitário e para cobrir os custos aduaneiros. Mantendo o nível de encomendas, falamos em 9,2 mil milhões de euros em taxas só por esta via a cada ano.
O comissário europeu para o Comércio, Maroš Šefčovič, prometeu combater o aumento de encomendas, alegando que o elevado nível de compras aumenta as mercadorias perigosas para o bloco, além de também fazer aumentar as queixas da concorrência por alegada deslealdade comercial.