Taxa de juro implícita no crédito à habitação sobe para os valores mais altos desde 2016 

20 out 2022, 12:19
Habitação (GettyImages)

Dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que, no conjunto dos créditos à habitação, a taxa de juro implícita já chega a 1,144%, o número mais elevado desde março de 2016

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi de 1,144% em setembro, subindo 13,3 pontos base face a agosto, mês em que foi de 1,011%. Os dados foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e, de acordo com o histórico, é o valor mais alto desde março de 2016, quando a taxa de juro implícita chegou a 1,163%. Já no que diz respeito aos novos contratos de crédito, dos últimos três meses, a taxa de juro implícita foi de 1,775%, o valor mais elevado desde dezembro de 2016.

"Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 1,523% em agosto para 1,775% em setembro. No mês em análise, o capital médio em dívida aumentou 339 euros, fixando-se em 61 089 euros. A prestação média subiu 4 euros, para 272 euros, representando um aumento de 14,8% em termos nominais face ao valor observado em setembro de 2021. Nos contratos nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu 26 euros, para 471 euros", revela o INE.

A evolução da taxa de juro implícita no crédito à habitação nos últimos três anos (Fonte: Instituto Nacional de Estatística)

Setembro foi o primeiro mês em que a média da Euribor ficou muito mais alta, pelo que outubro será o primeiro mês em que se sentirá um impacto significativo nas taxas de juro, apesar da subida constante dos últimos meses.

Os dados desta quinta-feira revelam ainda que, para o destino de financiamento "Aquisição de Habitação", o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 1,160%, mais 13,3 pontos base face a agosto. Nos contratos celebrados apenas nos últimos três meses, a taxa de juro aumentou 24,7 pontos base face ao mês anterior, fixando-se em 1,775%.

"Considerando a totalidade dos contratos, o valor médio da prestação subiu 4 euros, para 272 euros. Deste valor, 58 euros (21%) correspondem a pagamento de juros e 214 euros (79%) a capital amortizado. Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, o valor médio da prestação subiu 26 euros, para 471 euros", informa o relatório do INE.

Sobre o capital em dívida, o INE refere que, em setembro, o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 339 euros face ao mês anterior, fixando-se em 61 089 euros. Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 130 872 euros, mais 2 780 euros que em agosto.

O próximo destaque mensal do INE sobre a taxa de juro implícita no crédito à habitação, referente ao mês de outubro, será publicado a 23 de novembro. 

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