TAP: Despedimento de presidentes é “disrupção indesejável” em fase crítica da empresa

Agência Lusa , DF
10 mar 2023, 16:13
TAP (imagem Getty)

O presidente do Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (Sitema) considerou, em entrevista à Lusa, que a saída do presidente do Conselho de Administração e da presidente executiva da TAP “é uma disrupção indesejável” numa fase crítica da companhia.

“É uma disrupção indesejável numa fase tão crítica da empresa, mas é um ato que decorre das conclusões da IGF [Inspeção-Geral de Finanças], pelo que aceitamos o facto”, afirmou Jorge Alves, em entrevista à agência Lusa.

Para o responsável sindical, uma mudança de gestão numa altura em que o plano de reestruturação não está concluído “não é o ideal”, porém, “se as condições não estavam reunidas para sustentar esta posição até ao fim do processo, não havia outro caminho”.

Na segunda-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, e o ministro das Infraestruturas, João Galamba, anunciaram que a IGF tinha encontrado falhas graves no processo de rescisão negociado entre a TAP e Alexandra Reis, que recebeu uma indemnização de meio milhão de euros para sair da companhia aérea, por incompatibilidades com a presidente executiva, Christine Ourmières-Widener.

Na sequência das conclusões da IGF, o Governo decidiu demitir a presidente executiva e o presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, alegando justa causa.

Quanto ao nome apontado pelo Governo para substituir os dois responsáveis, Luís Rodrigues, que transita da SATA, acumulando os dois cargos na TAP, “em princípio” até à privatização da companhia aérea, segundo João Galamba, o Sitema considerou que “as boas provas dadas no passado, enquanto CEO [presidente executivo] neste ramo, trazem algum otimismo”.

Já questionado sobre a privatização, Jorge Alves referiu que “desde que seja feita com os devidos preceitos, garantindo que a mais-valia que a TAP representa para o país esteja salvaguardada”, o sindicato não tem “nada contra”.

No entanto, ressalvou, espera que “o Governo tenha a sensibilidade” de acautelar os interesses dos trabalhadores, durante o processo, “nomeadamente auscultando os sindicatos na elaboração do caderno de encargos” para a venda da companhia.

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