Galamba prometeu duas coisas aos sindicatos da TAP: “hub” e manutenção em Lisboa no processo de privatização

26 abr 2023, 20:18
Pedro Figueiredo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação Civil (Lusa/José Sena Goulão)

Promessas terão sido feitas numa reunião com todos os sindicatos da TAP quando João Galamba tomou posse. O SINTAC reconhece que o ministro não conhece bem o dossiê da TAP. São declarações feitas na comissão de inquérito à gestão da TAP

João Galamba terá dado duas garantias aos sindicatos da TAP acerca do processo de privatização da TAP: o “hub” e a manutenção em Lisboa.

“Na última reunião que houve, de apresentação com o senhor ministro João Galamba, o mesmo garantiu-nos o ‘hub’ e a manutenção. Eram dois fatores”, afirmou Pedro Figueiredo do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC).

Este sindicato defende o controlo público da TAP, excluindo privatizações com “empresas espanholas”, numa referência à Iberia, com o receio de que o “hub” seja transferido para Madrid.

Já sobre os avanços e recuos nos sucessivos processos de nacionalização e privatização, Pedro Figueiredo – que não é trabalhador da TAP, clarificou – admitiu que “possa haver alguma estratégica política” nessas decisões.

“O nosso anseio é de que TAP possa desaparecer a breve trecho, sendo privatizada”, apontou.

Sobre o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o dirigente sindical reconheceu a “dificuldade” do governante em ter conhecimento pleno do dossiê da TAP, mas disse que é preciso dar-lhe tempo.

E, embora não direcionado, deixou um aviso: “Entendemos que é inaceitável verificar-se a utilização da TAP como instrumento político de lutas partidárias”.

(Lusa)

Falta de diálogo e riscos para o verão

O SINTAC queixa-se de falta de diálogo na TAP, destacando uma opacidade “essencialmente nos últimos dois anos”, com falta de acesso a dados relativos aos salários dos trabalhadores. “Uma empresa, para ser bem gerida, tem de começar pelas pessoas”, disse.

Pedro Figueiredo defendeu que é “urgente levantar os cortes” salariais e avisou que, para o próximo verão, com a falta de trabalhadores necessários para assegurar a operação, “muito dificilmente” poderá ser dada essa resposta.

Ainda assim, argumentou que “o impacto da insolvência seria catastrófico” para todo o sector da aviação em Portugal. “A TAP é historicamente a mãe da atividade de aviação em Portugal.”

A expectativa está agora no novo presidente executivo, Luís Rodrigues, com quem este sindicato tem uma “experiência positiva” através das negociações na SATA. Sobre a reversão dos cortes, “não temos qualquer informação”, concluiu.

Relacionados

Economia

Mais Economia

Patrocinados