Galamba não garante empregos na Portugália quando a TAP for vendida

27 abr 2023, 20:04
João Leão, dirigente do Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA)

Pilotos da Portugália foram informados de que só haveria reversão dos cortes salariais com “novos acordos de empresa”. Houve também críticas à falta de preparação de João Galamba para lidar com o dossiê da TAP

O Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA), que representa os pilotos da TAP, não recebeu qualquer garantia de que vão ser mantidos os postos de trabalho quando avançar o processo de privatização.

A posição foi assumida pelo dirigente João Leão no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP. “São duas empresas diferentes. O privado pode decidir que a Portugália não faz sentido e acabar com a Portugália.”

Segundo João Leão, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi informado sobre este receio dos trabalhadores da Portugália. “Não nos foi dada ainda nenhuma garantia de que, no caso de haver privatização, esses postos de trabalho estão garantidos”, concretizou.

João Leão chegou mesmo a questionar a preparação de João Galamba para lidar com o dossiê da TAP e as diferenças face ao anterior ministro das Infraestruturas. “Pedro Nuno Santos tinha intenção de ser mais interventivo do que o ministro João Galamba, que remeteu sempre para a administração”, explicou aos deputados.

O SIPLA questionou tanto a administração da TAP como a tutela sobre o processo de privatização, já que o seu conhecimento do mesmo é “praticamente nulo”. “A resposta foi que o processo ainda não está a decorrer.”

A Portugália, que integra o grupo TAP, chegou a operar mais de 90% da operação da TAP durante a pandemia.

O sindicato pede a existência de um “plano a médio e longo prazo para a empresa”, que depende fortemente da TAP. João Leão concretizou que, com a pandemia, sem apoios públicos teriam sido 500 a 600 trabalhadores da Portugália afetados por uma hipotética insolvência.

João Leão considerou que acabou a “regatear quanto é que poderíamos não perder” durante a negociação dos acordos de emergência, uma situação que classificou como “contranatura”.

A informação obtida, entretanto, do Estado e da administração da TAP é a de que a reversão dos cortes salariais só vai ser “possível com obtenção de novos acordos de empresa”.

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