Costa desvaloriza despedimento dos presidentes da TAP e sublinha o interesse da Lufthansa na empresa portuguesa

Agência Lusa , RL
7 mar 2023, 17:32
António Costa na apresentação de Medidas de Transição Digital (Lusa/RODRIGO ANTUNES)

Primeiro-ministro salienta que o plano de reestruturação da companhia aérea continuará a ser executado

António Costa considerou esta terça-feira que as exonerações dos presidentes executivo e do conselho de administração da TAP não vão afetar o processo de privatização da empresa, salientando que o plano de reestruturação continuará a ser executado.

António Costa falava aos jornalistas no Seixal no final da sessão de inauguração do primeiro projeto de injeção de Hidrogénio Verde na rede de gás natural em Portugal, depois de questionado sobre as consequências da decisão do Governo de exonerar os presidentes executivo, Christine Ourmières-Widener, e do Conselho de Administração da TAP, Manuel Beja.

“O processo de privatização da empresa assenta sobretudo na qualidade da TAP, no potencial da TAP e na forma como o plano de reestruturação tem vindo a ser seguido. O plano de reestruturação continuará a ser executado e, portanto, as condições para a privatização não serão postas em causa. Felizmente, há várias empresas que têm manifestado interesse nesse processo”, sustentou o líder do executivo.

António Costa referiu que ainda na semana passada a companhia alemã Lufthansa manifestou interesse em entrar na privatização da TAP.

Costa afirma que estava em causa relação de confiança dos contribuintes com a empresa

O primeiro-ministro elogiou ainda os resultados financeiros obtidos pela equipa da administração da TAP que foi exonerada pelo Governo na segunda-feira, mas considerou que estava em causa a relação de confiança dos contribuintes com a empresa.

Perante os jornalistas, o líder do executivo elogiou os resultados financeiros alcançados pela equipa da TAP liderada pelos presidentes executivo, Christine Ourmières-Widener, e do Conselho de Administração, Manuel Beja, mas separou-os do plano relativo às conclusões da auditoria efetuada pela Inspeção Geral de Finanças (IGF).

“A demissão do chairman e da CEO da empresa em nada retira aquilo que deve ser o reconhecimento objetivo de que os resultados da execução do plano de reestruturação da TAP têm sido positivos. Isso é algo que fica a crédito desta administração”, assumiu António Costa.

Logo a seguir, no entanto, o primeiro-ministro referiu-se aos episódios que marcaram a demissão da antiga administradora da empresa Alexandra Reis e que foram alvo do inquérito aberto pela IGF.

Esses resultados financeiros positivos da TAP, de acordo com António Costa, “não invalida que relativamente ao ato em concreto” da saída da empresa de Alexandra Reis, “que teve as consequências que teve”, acabasse por “fragilizar a relação geral de confiança dos contribuintes numa empresa onde os contribuintes tiveram de participar de uma forma muito significativa”.

“O resultado do relatório da IGF só podia determinar esta solução”, frisou.

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