O ataque de domingo contra uma caravana em que seguiam embaixadores, incluindo o português, na fronteira com o Afeganistão, matou um polícia e feriu outros três
Os talibãs paquistaneses negaram esta segunda-feira qualquer envolvimento na explosão de domingo contra uma caravana em que seguiam embaixadores, incluindo o português, na fronteira com o Afeganistão, matando um polícia e ferindo outros três.
O Tehrik-i-Taliban Pakistan/TTP afirmou num comunicado, que não teve "nada a ver com este ataque" à caravande de veículos que transportava embaixadores e diplomatas convidados por Islamabad e pela Câmara de Comércio do Swat, em Khyber Pakhtunkhwa, para promover o comércio local.
Esta província é um bastião das várias fações do TTP, cujos homens foram treinados no Afeganistão e que defende a mesma ideologia dos talibãs afegãos, que regressaram ao poder em Cabul há três anos.
Esta explosão ainda não foi reivindicada por qualquer grupo ou organização.
Um polícia foi morto e três outros ficaram feridos na explosão de mina no Paquistão no domingo, que teve como alvo a caravana de embaixadores, incluindo diplomatas portugueses, que não foram afetados.
O embaixador de Portugal no Paquistão e Afeganistão, Frederico Silva, afirmou no domingo em declarações à Lusa que "não era expectável" um atentado na zona onde esteve e há um "caráter atípico" de ter como alvo uma comitiva que integrava 12 diplomatas.
Uma explosão "grande e visível" obrigou a que as viaturas invertessem ae marcha e saíssem do local "com toda a rapidez possível", relatou.
O embaixador "estava mais ou menos a meio do comboio de viaturas", pelo que "deu para ver e ouvir perfeitamente a explosão, embora não estivesse junto à parte da frente do comboio que foi afetada".
Posteriormente, "soube-se que houve uma viatura que foi impactada por uma mina anticarro e era a viatura que seguia à frente" com a força polícial, contou Frederico Silva.
A caravana encontrava-se em Malam Jabba, no vale do Swat, em Khyber Pakhtunkhwa, na fronteira com o Afeganistão, quando foi atingida pela explosão.
Os ataques na região são frequentes, mas é muito raro que tenham como alvo os diplomatas, porque a maioria dos membros das chancelarias no Paquistão raramente abandonam as grandes cidades e viajam sob escolta pesada.
Mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão disse no domingo estar “determinado a combater o terrorismo”, na região onde, de 2007 a 2009, os talibãs paquistaneses mataram milhares de civis e assumiram o controlo de áreas antes de uma ofensiva do exército.
O TTP mantém nesta zona células adormecidas e Islamabad acusa Cabul de permitir que os combatentes preparassem ataques contra o Paquistão no seu território, o que o governo talibã nega.
Na noite de domingo, os embaixadores e diplomatas visados - portugueses, russos, iranianos, turcomanos, tadjiques, cazaques, bósnios, zimbabueanos, etíopes, indonésios, ruandeses e vietnamitas - regressaram em segurança a Islamabad, de acordo com os Negócios Estrangeiros do Paquistão.