Taiwan inicia exercícios com fogo real para se preparar contra ataque da China (mas Taiwan faria isto mesmo sem a nova ameaça)

Agência Lusa , AM
9 ago 2022, 06:09
Exercícios militares em Taiwan (EPA)

China acusada de "lançar mísseis e de fazer ciberataques, uma campanha de desinformação e coerção económica para enfraquecer o moral da população de Taiwan"

As forças armadas de Taiwan iniciaram hoje um exercício de artilharia com uso de fogo real a simular a defesa da ilha contra um ataque da China. Após o exercício militar desta terça-feira, está previsto um outro para quinta-feira. 

O exército de Taiwan disse na segunda-feira que os exercícios já estavam programados e não constituíam uma resposta aos exercícios chineses em curso. A ilha realiza regularmente exercícios militares para simular uma invasão chinesa e no mês passado efetuou manobras do mar, num cenário em que procurava repelir ataques numa "operação de interceção conjunta", como parte dos seus grandes exercícios anuais.

Esta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan acusou Pequim de ter usado os exercícios militares para preparar a invasão da ilha. Pequim "utilizou os exercícios militares para se preparar para a invasão de Taiwan", disse Joseph Wu numa conferência de imprensa em Taipé, após manobras das forças armadas da ilha que decorreram hoje.

"A verdadeira intenção da China é alterar o 'status quo' no Estreito de Taiwan e em toda a região", sublinhou. "Está a conduzir exercícios militares e lançamentos de mísseis em grande escala, bem como ciberataques, uma campanha de desinformação e coerção económica para enfraquecer o moral da população de Taiwan."

A China lançou na semana passada as suas maiores manobras militares em torno de Taiwan, em resposta a uma visita da líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a mais importante figura política norte-americana a visitar a ilha em 25 anos.

A China considera Taiwan, com uma população de cerca de 23 milhões de habitantes, uma das suas províncias desde o fim da guerra civil chinesa de 1949, quando os nacionalistas perderam o conflito para os comunistas e refugiaram-se na ilha.

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