Os exercícios decorrem em seis áreas à volta da ilha
Taipé denunciou este sábado que os navios e aviões militares chineses voltaram a atravessar a linha média do Estreito de Taiwan num "possível ataque simulado" como parte dos exercícios anunciados por Pequim.
Multiple PLA craft were detected around Taiwan Strait, some have crossed the median line. Possible simulated attack against HVA. #ROCArmedForces have utilized alert broadcast, aircraft in CAP, patrolling naval vessels, and land-based missile systems in response to this situation.
— 國防部 Ministry of National Defense, R.O.C. 🇹🇼 (@MoNDefense) August 6, 2022
Numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social Twitter, o Ministério da Defesa Nacional da ilha disse que o alvo do ataque simulado seria um "bem de alto valor", sem especificar mais pormenores.
Em resposta, Taipé emitiu alertas e destacou patrulhas aéreas e navais, bem como ativou os sistemas de mísseis terrestres, tal como na sexta-feira, em resposta à "forte provocação" de "vários" navios e aviões chineses que atravessavam a linha média do Estreito de Taiwan.
Esta linha imaginária no estreito funciona como uma fronteira não oficial, mas tacitamente respeitada entre a China e Taiwan durante as últimas décadas.
Os movimentos do Exército de Libertação do Povo fazem parte dos exercícios militares desde quinta-feira, que incluem uso de fogo real e o lançamento de mísseis de longo alcance, e que vão continuar até domingo, numa retaliação de Pequim após a visita da líder da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
Os exercícios decorrem em seis áreas à volta da ilha, uma delas a cerca de 20 quilómetros da costa de Kaohsiung, a principal cidade do sul de Taiwan.
Embora a China tenha realizado outros exercícios no Estreito de Taiwan nos últimos anos, os exercícios desta semana são diferentes porque "cobrem uma área maior, envolvem mais elementos militares e espera-se que sejam altamente eficazes", indicaram peritos de defesa chineses citados pelos meios de comunicação locais.
Taiwan descreveu a presença militar da China nas áreas como um "bloqueio", e a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, chamou classificou de "irresponsável" a "ameaça militar deliberadamente elevada" da China.
A China, que chamou à visita de Pelosi uma "farsa" e uma "deplorável traição", reivindica a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para o local em 1949, após perderem a guerra civil contra os comunistas.