China continua a conduzir exercícios militares ao redor de Taiwan

8 ago 2022, 06:05
China faz testes militares (AP Photo/Huizhong Wu)

O Exército chinês adianta que as manobras incluem "ataques marítimos e anti-submarinos". 

As operações militares chinesas no espaço aéreo e nos mares ao redor de Taiwan continuam esta segunda-feira, anunciou o Comando do Teatro Oriental dos militares de Pequim, de acordo com a agência Reuters.

As forças chinesas adiantaram, através de uma publicação na rede social Weibo, que as manobras incluem "ataques marítimos e anti-submarinos", sem especificar, contudo, a localização das ações ou se vão manter as seis áreas onde foram realizados os exercícios dos últimos quatro dias.

O anúncio surge um dia depois da data prevista para o fim das operações militares chineses realizadas em redor de Taiwan em retaliação pela visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha autónoma.

No domingo, Pequim já tinha anunciado que iria conduzir mais exercícios militares, desta vez na parte sul do Mar Amarelo e no Mar de Bohai, entre a China e a península da Coreia. A informação foi avançada também pelo Comando do Teatro Oriental do Exército chinês, que adiantou que Pequim iria continuar a realizar exercícios militares marítimos e aéreos ao redor de Taiwan, concentrando-se no lançamento de mísseis de longo alcance contra alvos aéreos.

De acordo com a Administração Marítima de Pequim, as manobras militares no Mar de Bohai começariam já nesta segunda-feira e deverão estender-se até 8 de setembro, enquanto os exercícios no Mar Amarelo deverão decorrer até ao próximo dia 15 de agosto.

Também este domingo, Taiwan voltou a denunciar o exército chinês por simulações de ataques à ilha, depois de terem sido detetados esquadrilhas de aviões, navios e drones chineses durante a manhã, no Estreito de Taiwan, uma linha imaginária que funciona como uma fronteira não oficial, mas tacitamente respeitada entre a China e Taiwan durante as últimas décadas.

A China, que chamou à visita de Pelosi uma "farsa" e uma "deplorável traição", reivindica a soberania sobre Taiwan, considerando-a uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para o local em 1949, após perderem a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan descreveu a presença militar da China como um "bloqueio", e a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, classificou mesmo de "irresponsável" a "ameaça militar deliberadamente elevada" da China.

Relacionados

Ásia

Mais Ásia

Patrocinados