27 aviões militares chineses entraram no espaço de defesa aérea de Taiwan desde que Pelosi chegou

Agência Lusa , FMC
3 ago 2022, 17:07
Caças chineses (Hu Shanmin/ AP)

Pequim anunciou que vai realizar exercícios navais militares em redor da ilha, depois de ter condenado a visita de Nancy Pelosi a Taiwan

As autoridades taiwanesas denunciaram a entrada, esta quarta-feira, de 27 aviões militares chineses no espaço de defesa aérea de Taiwan, após a visita à ilha pela líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, apesar das ameaças de Pequim.

“[Os 27 aviões da Força Aérea da China] entraram, hoje, 3 de agosto de 2022, na zona circundante [Zona de Identificação de Defesa Aérea, mais vasta do que o espaço aéreo]”, escreveu na rede social Twitter o Ministério da Defesa de Taiwan.

Terça-feira à noite (hora local), após Pelosi aterrar em Taipé, de onde partiu esta quarta-feira ao fim da tarde, Pequim condenou a visita e anunciou que vai realizar, entre quinta-feira e domingo, exercícios navais militares em redor da ilha, que a China reivindica como parte integrante do país.

Os exercícios incluem "disparos de munições reais de longo alcance" no Estreito de Taiwan, que separa Taiwan da China continental, segundo Pequim.

Nalguns locais, as operações chinesas vão aproximar-se até 20 quilómetros da costa de Taiwan, de acordo com as coordenadas fornecidas pelo Exército de Libertação do Povo.

Esta quarta-feira de manhã, também hora local, o Ministério da Defesa taiwanês avançara que 21 aviões militares chineses entraram na ”zona circundante”, pouco depois de Pelosi aterrar em Taipé.

Durante a estada na ilha, a líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos garantiu que Washington não vai abandonar Taipé, enquanto a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, assegurou que as autoridades vão manter-se firmes face à ameaça militar chinesa.

Paralelamente, Pequim impôs, pelo segundo dia consecutivo, sanções comerciais a Taiwan proibindo a importação de citrinos, rebentos de bambu congelados e dois tipos de peixe, bem como bloqueou a exportação de areia para a República da China.

A democrata Nancy Pelosi é a mais importante responsável norte-americana a visitar a ilha em 25 anos.

A China afirmou que a visita é uma grande provocação e ameaçou os Estados Unidos de retaliação.

Os Estados Unidos já disseram estarem “preparados” para uma resposta da China.

O Governo do Partido Comunista Chinês reclama a soberania sobre a ilha desde que os nacionalistas do Kuomintang liderados por Chiang Kai-shek foram derrotados pelas forças comunistas chefiadas por Mao Tsé-Tung durante a guerra civil na segunda metade da década de 1940.

Os nacionalistas refugiaram-se na ilha do Estreito da Formosa e estabeleceram em Taiwan, em 1949, a República da China (ROC - sigla oficial) - fundada em 1912 por Sun Yat-sen, em Nanquim. 

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