Cheira bem, cheira a dérbi de Lisboa
Já conseguem sentir o cheiro? Cheira a dérbi de Lisboa na Taça de Portugal.
Estava tudo encaminhado nesse sentido e o Sporting veio a Paços de Ferreira aumentar a probabilidade (que já ronda os cem por cento) de haver dérbi na final da Taça de Portugal. Vindos de uma vitória por 2-0 em Alvalade, os leões venceram novamente o Rio Ave, desta feira por 2-1, e só ficam à espera de que o Benfica cumpra o dever com o Tirsense.
Rui Borges surpreendeu a lançar Pote de início – saiu ao intervalo visivelmente esgotado – mas manteve a base dos últimos jogos. O Rio Ave ainda quis mostrar que não seriam favas contadas para os leões e teve uma boa entrada no jogo, contudo, os campeões nacionais rapidamente assustaram com duas oportunidades de golo que valeram defesas de Miszta.
Depois desses dois sustos, veio a bola parada que desbloqueou tudo. Após um canto, Gonçalo Inácio aproveitou a passividade vilacondense para abrir o marcador e deitar por terra a esperança da equipa de Petit. Estavam jogados pouco mais de dez minutos.
O Rio Ave sentiu o golpe, acusou a pressão quando tentava ligar o jogo desde trás e só faltou mesmo outro acerto leonino para haver maior perigo na baliza de Miszta. O Sporting acumulou muita gente no corredor interior e até somou boas combinações, com Pote e Matheus Reis, isto porque o lado esquerdo esteve bem mais ativo, já que Fresneda não dava muita profundidade no corredor contrário. Faltou, porém, melhor critério. E que o diga Viktor Gyökeres, ele que na primeira parte esteve algo «trapalhão» e lidou com a agressividade dos defesas vilacondenses.
Já sem Pote, na segunda parte, os leões entraram para resolver a questão. E assim o fizeram. Tinham passado apenas cinco minutos quando a bola veio ter aos pés de Gyökeres e o sueco não desperdiçou. Pode até estar num dia menos inspirado, mas o avançado nórdico parece ter íman nos pés. E na cara do golo, já sabemos que raramente desperdiça. Assim aconteceu na recarga a um remate de Geny Catamo, que Miszta defendeu para o lado.
Com o 4-0 no agregado, Rui Borges já começou a pensar noutras paragens. Deu para colocar Ricardo Esgaio no meio-campo e até para lembrar os sportinguistas que Biel não está esquecido – o brasileiro lá teve direito a uns bons minutos em campo.
Biel foi lançado aos 67 minutos, apenas um minuto depois de André Luiz, o mais inconformado dos vilacondenses, ter reduzido a desvantagem. Olinho tinha ameaçado momentos antes com um remate à trave e o avançado brasileiro coroou a boa exibição com o golo de honra do Rio Ave.
Justiça seja feita. Os vilacondenses passaram a ter mais bola – algo consentido também pelo Sporting – e, com as alterações de Petit, conseguiram ser mais ameaçadores. Ainda somaram remates que captaram a atenção de Rui Silva, mas estiveram longe de conseguir, sequer, colocar o vencedor da eliminatória em causa.
O Sporting tem bilhete já tirado para o Jamor e, se a luta pelo título promete ser até ao fim, a rivalidade com o Benfica em 2024/25 vai para lá da Liga. É que cheira mesmo a dérbi no Jamor e alguém poderá fazer a dobradinha – ou evitar que o rival a consiga.