Imperou a lei do mais forte: Nacional segue em frente
Com muitos contratempos à mistura, lá veio a festa da taça a Vinhais, casa emprestada do Rebordelo, clube que milita na Divisão de Honra da AF Bragança.
Desde o atraso do voo do Nacional (viajaram apenas hoje de manhã de Lisboa para o Porto), ao adiamento do jogo e até às dificuldades com que os profissionais dos madeirenses tiveram na preparação da partida, pois nem todos os técnicos, que normalmente preparam o aquecimento, conseguiram ter tempo para o efeito, dada a correria.
Passadas todas as contrariedades, o jogo teve início em ambiente de festa, com muita gente nas bancadas, principalmente os adeptos do Rebordelo, uma vez que vivem um momento histórico do clube e até da freguesia.
Quanto à partida, foi disputada com sentido único, o da baliza à guarda de Jaime.
Os insulares, que, por tudo que se passou na viagem, não estariam na posse de todas as suas capacidades, marcaram cedo, o que facilitou a tarefa. Não deixaram que o adversário acreditasse que era possível, como muitas vezes acontece em jogos da Taça que envolvem equipas de escalões inferiores.
Sem acelerar muito, os comandados de Tiago Margarido, iam mantendo a posse e a circulação de bola que originava inúmeras situações de superioridades nos corredores, o que permitia algumas situações de finalização. Não fosse a desinspiração de Lucas João, o resultado até podia estar mais dilatado do que o 0-3 que se registava ao intervalo.
Os da casa, dentro das suas limitações, lutaram como podiam. Sempre que tinham bola, e foram poucas vezes, galvanizados pelo seu público, tentavam ganhar metros no terreno, mas esbarravam sempre na definição ou na finalização. Com alguns lances de bola parada, ainda chamaram a intervir Kevyn Freitas, que de outra forma teria sido um espetador.
Na segunda metade, Tiago Margarido, fez três alterações de uma assentada. A toada do jogo manteve-se, mas a sua equipa baixou muito os níveis de agressividade e intensidade, o que permitiu aos da casa ganhar mais vezes a bola e ter mais confiança para ir para cima do adversário.
Ganhando metros no terreno, e proporcionando algumas jogadas de entendimento, os comandados de Gilberto Vicente, mesmo não assumindo o controlo do jogo, porque esse era do Nacional, conseguiram chegar mais perto da baliza adversária. Num lance em que conquistaram uma falta descaída do lado direito, a bola descobriu a cabeça de Marinho, que no meio dos defesas insulares, apontou o tento de honra dos transmontanos.
O Rebordelo cai perante o Nacional, mas sai de cabeça levantada, saindo do relvado sobre forte ovação dos seus muitos adeptos presentes no estádio. A festa da Taça.
Figura: Witi
O avançado moçambicano, ao serviço do Nacional, foi uma seta apontada à baliza adversária. Esteve envolvido nas jogadas dos golos, e inclusivamente fez o segundo da sua equipa.
Momento: golo do Rebordelo (79m)
O resultado é sempre o mais importante, mas na globalidade da festa da taça, ficam os momentos inesquecíveis. Para uma equipa que vem dos distritais do futebol, seria difícil outro resultado, e o que ficará na memoria do jogo é o tento de honra que Marinho alcançou para o Rebordelo.
Negativo: Nacional na segunda parte
A viagem atribulada, pode servir de desculpa, mesmo que Tiago Margarido não se queira escusar nesse facto. O certo é que, na segunda metade da partida, o Nacional baixou muito o seu rendimento, permitindo ao Rebordelo ser, por vezes, superior.