Família Simpson veio de Tondela para a final e esqueceu-se... dos bilhetes

Adérito Esteves , Estádio do Jamor
22 mai 2022, 20:00
Reportagem Jamor

A tradição da magia da final da Taça no Jamor ainda é o que é, mas não faz milagres

Há de tudo na Mata do Jamor!

É dia de festa e ninguém quer faltar.

Muito menos a família Simpson, claro.

Ainda para mais, sendo de Tondela!

Amarelinhos ali no meio do verde, não enganam ninguém. Apesar de ser pouco aquilo que os distingue dos demais adeptos.

Ali há comida com fartura. Bebida quanto baste. E animação que transborda.

Ou não fossem eles a família Simpson!

Não são dos que andam em comboiinhos à frente do palco que emite música de qualidade duvidosa, mas que lá garante o compasso da festa.

Também não «conquistaram» espaço suficiente para estar a jogar à malha num campo claramente inclinado.

Não andam a cambalear ao ritmo da muita cerveja que se bebe nas horas que antecedem o jogo que vai decidir o vencedor da Taça de Portugal.

Mas não precisam de nada disso. São, há largos anos, a família Simpson. E desta vez o trapalhão Homer foi encarnado por Nuno Antunes.

«Viemos de Tondela e esqueci-me dos bilhetes de toda a família», atira sem disfarçar o sorriso.

Mas como assim? Vai-se para um jogo e deixa-se em casa aquilo que permite ver o tão ansiado jogo histórico para o clube da terra?

Já percebemos: vieram mais pela festa.

«Não, não. O mais importante é mesmo o jogo. Eu também estou aqui a dar apoio à fan zone da Câmara de Tondela. Mas viemos principalmente para ver o jogo», confidencia.

Vieram. Mas em casa ficaram os bilhetes de sete adeptos do Tondela.

«Tinha o meu bilhete, o da minha mulher e da minha filha, dos meus pais e dos meus sogros», acrescenta Nuno, sempre de sorriso no rosto e passo acelerado devido a uma chamada para ir à fan zone.

A pergunta que não quer calar: então, e agora?

«Está resolvido! Reparei quando ia a passar Coimbra, já estava para voltar para trás, mas liguei ao meu cunhado que ainda não tinha saído de Tondela e passou lá em casa para os apanhar. Ele ainda se enganou na porta, mas lá conseguiu entrar», relata em nova gargalhada.

Nuno Antunes foi o «Homer Simpson» que se esqueceu dos bilhetes em Tondela

«Fomos a pé a Fátima, perdemo-nos e estávamos a voltar para trás sem ir ao Santuário»

No meio dos milhares de adeptos que se concentram na mata do Jamor desde manhã cedo, o grupo em que está Nuno chama-nos a atenção devido às camisolas que envergam.

Percebe-se que são adeptos do Tondela pela envolvência amarela.

Mas eles não equipam à Tondela. Muito menos à FC Porto.

Vestem orgulhosamente a camisola da família: os Simpsons.

Perguntamos a Nuno a razão. A resposta diz tudo. Apesar de não dizer nada.

«É precisamente por causa de episódios como este dos bilhetes. Temos deles aos milhares», atira.

E depois manda-nos pedir explicações às mulheres da família: a esposa, Tânia Maneira, e a comadre, Guida Baptista.

«Somos a família Simpsons porque estas coisas estão sempre a acontecer-nos. Sempre», reforça Tânia.

E começam os relatos.

E há de tudo. Como na mata do Jamor.

Há episódios de ficar sem gasolina na autoestrada.

Há aquele de um dia como o de hoje. O dia em que acenderam o fogareiro para fazer um picnic e (des)esperaram para que levantasse fervura. Até perceberem que sim, o gás estava ligado… mas faltava-lhe a chama.

E depois há um episódio tão paradigmático como ir à final do Jamor e não levar os bilhetes. Um episódio que se passou… há uma semana.

«Fomos a pé a Fátima. Lá nos devemos ter perdido e quando reparámos já estávamos a voltar para trás e nem tínhamos chegado a ir ao Santuário».

Gargalhada geral pois claro.

E afinal a história dos bilhetes até correu bem. Pelo menos chegaram até ao Jamor. E até foram ver o jogo.

Um dia histórico para o Tondela. Que nem a família Simpson podia perder.

Ou melhor, podia ter perdido. Seria muito normal acontecer-lhes. Porque a mata do Jamor tem algo de mágico. Mas não consegue fazer milagres.

 

 

Relacionados

Mais Lidas

Patrocinados