Taça do Rei: Barça vence Real Madrid com golo de Koundé no prolongamento

27 abr, 00:03

Catalães entraram a vencer, merengues ainda viraram o jogo, mas a festa acabou mesmo por ser dos blaugrenat

O Barcelona conquistou a Taça do Rei este sábado com uma vitória sobre o Real Madrid no Estádio La Cartuja, em Sevilha, arrancada no prolongamento, com um golo de Koundé. Com Robert Lewandowski na bancada e Kylian Mbappé no banco, os catalães chegaram ao intervalo em vantagem, mas Carlo Ancelotti lançou toda a artilharia que tinha no banco e virou o jogo na segunda parte, antes de Ferrán Torres marcar o golo que levou o jogo para prolongamento. O vencedor só ficou definido, já depois da meia-noite em Espanha, com um remate improvável do meio da rua.

Um grande jogo, com as duas equipas a imporem-se em momentos distintos do jogo. O Barcelona de forma mais organizada, com Lamine Yamal em plano de luxo, enquanto o Real Madrid mais reativo, mas a crescer a olhos vistos depois as entradas de Modric e Kyllian Mbappé no segundo tempo. Tudo junto, foi um grande jogo de futebol, um duelo aceso entre duas filosofias distintas de jogo, com a qualidade a impor-se aos casos do jogo que não foram assim tão poucos.

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Entrou claramente melhor o Barça, com uma elevada posse de bola, diante de um Real Madrid na expetativa, mas preparado para sair nas transições, pelos pés de Rodrygo e Vinicius. Carlo Ancelotti, depois de duas goleadas consentidas diante do principal rival, apostou numa estrutura mais conservadora, deixando Mbappé, recuperado de lesão, no banco, para apostar em Dani Ceballos, num onze que contou ainda com Lucas Vázquez e Mendy de regresso às laterais. O treinador italiano procurava, assim, colocar ais gente na zona de organização do Barça.

A verdade é que eram os catalães que tinham a bola e, apesar de terem muita gente pela frente, conseguiam chegar à área de Courtois com uma facilidade confrangedora, com Lamine Yamal e Raphinha a romperem facilmente pelas alas e ainda com Ferran Torres a romper pelo corredor central. Além de não ter bola, o Real Madrid sofreu um revés, ainda antes dos dez minutos, com Mendy a sair com queixas e a ceder o lugar a Fran García.

Depois de uma primeira ameaça, uma segunda e uma terceira, antes do primeiro golo, aos 28 minutos, com mais uma descida vertiginosa de Lamine Yamal a culminar com um passe atrasado para a entrada da área onde surgiu Pedri a marcar com um pontapé fenomenal. Estava aberto o marcador no La Cartuja.

Um golo que deixava antever uma nova goleada do Barça, até porque a equipa de Hansi Flick parecia ter o controlo absoluto sobre o jogo, mas, desta vez, não seria bem assim. O Real Madrid parecia, de facto, amarrado, com Rodrygo preso em tarefas defensivas e Vinicius a conseguir sair apenas a espaços, mas a verdade é que que cada vez que o brasileiro arrancava, o Barça tremia. Bellingham chegou mesmo a atirar uma bola para o fundo das redes de Szczesny, mas estava adiantado e não valeu.

O intervalo chegou ainda com o Barça por cima e com mais uma oportunidade clara para chegar ao 2-0, na sequência de um pontapé de canto, com a bola a passar por toda a gente e a ir ao segundo ferro.

Carlos Ancelotti não esperou mais e, logo a abrir a segunda parte, abdicou de Rodrygo para lançar Kylian Mbappé. O Real Madrid ficava mais desguarnecido sobre a direita, mas ganhava na profundidade. O jogo começava a mudar aqui, mas o Barça voltou a entrar melhor e, logo a abrir a segunda parte, construiu três oportunidades flagrantes para ampliar a vantagem.

Foi depois destes lances que Ancelotti decidiu avançar com uma segunda cartada, abdicando de Lucas Vasquez e Asensio para lançar Arda Güller e Modric. Em teoria, o Real Madrid ficava muito desequilibrado, mas em campo aconteceu o contrário, com o croata a trazer um novo equilíbrio, com tração à frente, para o Real Madrid.

Os merengues cresceram a olhos vistos e acabaram por virar o jogo, em poucos minutos, em dois lances de bola parada. O primeiro, aos 70 minutos, na sequência de um livre direto de Kylian Mbappé. O internacional francês nunca tinha marcado um golo desta forma, mas foi para a bola carregado de confiança e disparou forte, com a bola a passar ao lado da barreira, a ir ao poste, antes de entrar.

Mais sete minutos, canto para o Real Madrid e reviravolta no marcador, com Tchouaméni a elevar-se nas costas de Koundé e a cabecear para o fundo das redes. Os adeptos merengues, quase trinta mil nas bancadas, explodiram em festa. Um jogo que chegou a parecer totalmente controlado pelo Barça, sofria agora uma volta de 180 graus.

Com os minutos a correrem para o final, o Barça teve de puxar pelos galões para voltar a entrar no jogo. A seis minutos do final do tempo regulamentar, com um passe do outro mundo de Lamine Yamal, Ferran Torres voltou a colocar o Barça na luta pelo troféu. Um golo que surge num passe cirúrgico do adolescente espanhol que colocou a bola entre Rudiger e Courtois, onde surgiu depois Ferran Torres a atirar para as redes vazias.

O tempo estava a acabar, mas os últimos instantes tiveram ainda muito para contar. Primeiro foi Vinicius a fazer sinal para o banco a dizer que não dava mais. Logo a seguir, já em tempo de compensação, o árbitro assinalou um penálti, por alegada falta de Asensio sobre Raphinha. Os catalães voltaram a festejar, mas o penálti acabou por ser revertido, após aviso do VAR. Afinal não houve qualquer falta e o jogo foi mesmo para prolongamento.

Nos trinta minutos extra, o Barça voltou a assumir as rédeas do jogo, novamente com uma elevada posse de bola, mas com muita paciência. Foi já ao minuto 115 que Koundé intercetou passe de Modric e rematou de fora da área, com a bola a entrar junto ao poste sem hipóteses para Courtois.

Ainda houve confusão junto ao banco do Real Madrid, Rudiger que já tinha saído ainda foi expulso, mas a festa foi mesmo dos catalães.

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