Luís Godinho: «A nossa vitória será que ninguém fale de nós no fim»

23 mai, 17:00

Árbitro da final da Taça de Portugal antevê, em conferência de imprensa, dérbi entre Sporting e Benfica

Num momento «pouco usual», como o próprio admitiu, Luís Godinho, árbitro da associação de Évora que irá dirigir a final da Taça de Portugal, no domingo, entre Sporting e Benfica, admitiu sentir-se «imensamente feliz» por poder estrear-se na decisão da Prova Rainha, esperando que este possa ser mais «um momento para tornar o futebol um entretenimento».

Aos 39 anos, Luís Godinho vai apitar pela primeira vez na carreira a final da Taça de Portugal. «Estar no Jamor, nesta final, neste palco, para quem gosta de futebol, é um momento único, também na carreira de um árbitro, com a responsabilidade acrescida de representar uma classe, que vem da base ao topo. A nossa vitória será que ninguém fale de nós no fim. É o que todos desejamos», referiu.

Considerando a oportunidade de antever a partida em conferência de imprensa como «benéfica para todos, para que as pessoas possam perceber que quem está aqui são homens e mulheres com uma vontade enorme de fazer o melhor e de estar ao nível desejado por todos», o juiz garante que o jogo foi «preparado até ao ínfimo pormenor».

«Costumo dizer que em todos os fins de semana devemos preparar o nosso jogo como se fosse uma final, ao ínfimo detalhe, porque é aí que está a excelência da decisão da equipa de arbitragem. Tentamos preparar a final com o máximo de informação para, quando acontecerem alguns cenários, podermos dar a resposta desejada», explicou Luís Godinho.

Para lá da parte técnica, é necessário haver «bom senso, para que não “estraguemos” o jogo na forma de ver do espectador, como muitas vezes é dito», acrescenta o árbitro alentejano, que pede aos intervenientes para que «desfrutem do jogo e esqueçam por 90 minutos a equipa de arbitragem, sendo difícil».

Ressalvando que «os jogadores merecem total respeito e lealdade», garante ser «o mais verdadeiro possível quando reclamam, desde que seja de forma respeitosa».

Depois há as demais críticas, que podem surgir de diversos focos, às quais procura fugir. «Desde que me lembro que assim é. O que o setor da arbitragem faz é proteger-se. Com todo o respeito por todos, focamo-nos no nosso trabalho, não no ruído exterior. Podemos cometer lapsos, mas semana a semana trabalhamos para que não os voltemos a cometer», explicou o árbitro.

Admitindo ser «um frequentador assíduo das redes sociais», Luís Godinho diz que tem recebido «muitas mensagens, muitas delas de apoio e incentivo, porque as pessoas entendem que também para nós este é um jogo especial», esperando que a final do Jamor entre Sporting e Benfica seja vivida num espírito de saudável rivalidade.

«O comportamento dos adeptos é algo que não conseguimos controlar. Hoje, as pessoas estão mais preparadas para viver o jogo e esta rivalidade, que há de ser eterna e é salutar. Que aproveitem para poder levar a família sem a preocupação constante sobre se é ou não seguro. Isso é contraditório à nossa paixão pelo futebol. Há de haver uma equipa que ganha e outra que perde. Que saibamos não só ganhar, mas também perder. As coisas têm mudado. Ainda não estamos na excelência, mas para lá caminhamos», salientou.

Sporting e Benfica defrontam-se, no domingo (17:15), na final da Taça de Portugal, no Jamor. Luís Godinho lidera a equipa de arbitragem, que conta ainda com os assistentes Rui Teixeira e Pedro Mota. Sandra Bastos será a quarta árbitra, tornado-se na primeira mulher numa equipa de arbitragem de uma final masculina da Taça de Portugal.

«É uma honra, estou muito feliz. É o reconhecimento de que contribuí para a arbitragem e da minha competência e dedicação, que tive durante 25 anos. A todos os jovens que estão a dar os primeiros passos na arbitragem, que abracem a causa com muita paixão e dedicação. Será um caminho com muitos desafios, mas também com grandes conquistas e muitas alegrias», disse a árbitra da associação de Aveiro.

A equipa de arbitragem fica completa com Tiago Martins, no papel de VAR, apoiado por Vasco Santos e Sérgio Jesus. Duarte Correia e Matilde Gouveia foram nomeados como árbitros jovens.

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