Taça: Rio Ave-Belenenses, 1-1 (6-5 g.p.) (crónica)

André Cruz , Estádio dos Arcos, Vila do Conde
23 dez 2021, 19:55

Arcos iluminados de verde na festa da Taça

Nem 90, nem 120 minutos. Foi mesmo preciso pisar a marca das grandes penalidades por 14 vezes para Rio Ave e Belenenses decidirem a passagem aos quartos de final da Taça. Aí, a infelicidade de Chima foi a razão dos sorrisos nas bancadas vilacondenses e os Arcos iluminaram-se de verde.

O Belenenses entrou a querer mostrar o estatuto de equipa da Liga e, com mais poder de fogo na frente graças à titularidade de Abel Camará, exerceu uma pressão abafadora aos defesas vilacondenses. No corredor esquerdo, Afonso Sousa e Nilton Varela também davam muitas dores de cabeça a Costinha e Patalon. Os homens da casa, atordoados com o início fulminante dos azuis, perderam várias bolas em zonas proibidas e cheirava a golo no arranque da partida.

Novamente numa incursão pela esquerda, ninguém travou Varela e Pedro Nuno aproveitou um mau alívio para abrir o marcador e silenciar os Arcos.

Urgia uma resposta vilacondense, mas esta demorou a chegar. Havia muito nervosismo nas bancadas e o mesmo era transmitido para as quatro linhas. Os comandados de Luís Freire até protagonizavam alguns bons momentos de futebol, onde era visível o modelo de jogo atrativo que o técnico quer para a equipa, mas no último terço faltou sempre capacidade de definir.

Os laterais vilacondenses não estavam em «dia sim» no que a cruzamentos diz respeito e os avançados desperdiçavam as poucas oportunidades que surgiam. Que o diga Joca, o mais irrequieto no ataque, que pouco depois da meia hora e já com Tomás Ribeiro ultrapassado atirou à figura de Luiz Felipe.

Foi já perto do intervalo que Hugo Gomes se redimiu do corte incompleto que permitiu o golo do Belenenses. Na sequência de um pontapé de canto, o central – que só foi titular porque Aderllan se lesionou no aquecimento – lançou a festa nos Arcos. A intranquilidade na única bancada do estádio tinha-se agora transformado em adrenalina e entusiasmo.

A felicidade dos adeptos da casa podia ter-se agigantado não tivesse Joca perdido novo duelo com Luiz Felipe, após um toque de calcanhar.

A toada no segundo tempo manteve-se com vários momentos de parada e resposta logo no arranque. Luís Freire lançou Aziz e juntou-o a Pedro Mendes na frente de ataque rioavista e os homens da casa concentraram armas no jogo ofensivo, mas continuaram deficitários na hora da decisão.

Nos últimos minutos do tempo regulamentar, as duas equipas mostraram mais receio de perder do que de ganhar e o ritmo de jogo baixou. O prolongamento adivinhava-se, mas João Graça esteve muito perto de o evitar com um remate que rasou o ferro da baliza azul.

Nos trinta minutos que se seguiram, os azuis acanharam-se enquanto os vilacondenses mostraram mais vontade em decidir a eliminatória sem recorrer às grandes penalidades. Mas, até aos 120 minutos, houve mesmo mais vontade e coração do que cabeça, pelo que o desfecho da partida só poderia ser decidido da marca dos onze metros.

Todo o estádio queria assistir à emoção da cobrança dos penáltis e houve mesmo uma multidão que se deslocou para o lado contrário da bancada para ver mais de perto os artistas da noite. Ukra até foi o primeiro a falhar uma grande penalidade, mas Lukovic também desperdiçou. Depois, todos os penáltis foram certeiros e só ao 14.º o encontro ficou decidido. O remate de Chima esbarrou na trave e fez-se a festa nos Arcos.

FICHA DE JOGO

Jogo no Estádio dos Arcos, em Vila do Conde

Árbitro: António Nobre

VAR: Luís Ferreira

RIO AVE: Leo Vieira; Costinha, Pantalon, Hugo Gomes, Sávio (Sylla, 88’), Pedro Amaral; Vítor Gomes (Rúben Gonçalves, 90’), Guga (João Graça, 88’); Joca (Aziz, 60’), Zé Manuel (Ukra, 90’) e Pedro Mendes.

Treinador: Luís Freire

BELENENSES: Luiz Felipe; Calila (Danny Henriques, 83’), Carraça, Yohan Tavares, Tomás Ribeiro, Nilton Varela (Chimas, 65’); Cafu Phete, César Sousa, (Lukovic, 72’) Afonso Sousa; Pedro Nuno (Ndour, 108’) e Abel Camará (Safira, 72’).

Treinador: Filipe Cândido

Ao intervalo: 1-1

Golos: Pedro Nuno (9’), Hugo Gomes (42’)

Disciplina – cartões amarelos: Vítor Gomes (37’), Guga (47’), Pedro Amaral (82’), Sylla, (92’), Costinha (110’); Nilton Varela (57’), Tomás Ribeiro (61’), Carraça (79’), Calila (82’), Safira (98’)

Resultado final: 1-1 (6-5, g.p.)

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