Taça: Vizela-FC Porto, 1-3 (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio do FC Vizela
12 jan 2022, 22:58

Dragão solidário: em Vizela também com serviços mínimo

O FC Porto está nas meias finais da Taça de Portugal, marcando encontro com o Sporting na antecâmara do Jamor. A passagem foi selada em Vizela perante uma equipa muito limitada. Solidário na exibição, mas não nos nomes em campo, os dragões venceram (1-3) com três golos de bola parada.

Dois pontapés de canto e um castigo máximo decidiram o jogo a favor dos azuis e brancos, que sofreram bem mais do que no passeio do campeonato. O conjunto de Sérgio Conceição teve dificuldades para transpor a defensiva adversária, por vezes abusou na procura de uma profundidade que nunca deu frutos – nem esteve perto disso – e apenas de bola parada conseguiu sair de Vizela com o passaporte na mão.

Antes de a bola começar a rolar já o jogo se tinha iniciado. Entre lesionados, castigados, um internacional na CAN e muitos casos de covid-19 – nove no total –, o Vizela teve de ir a jogo com dezasseis baixas. “Mais limitado do que que nunca”, disse o clube após confirmar o jogo e dar conta da recusa para que o mesmo fosse adiado. Em contraponto, Sérgio Conceição não facilitou e trocou apenas de guarda-redes comparativamente com o último jogo do campeonato.

Limitados, mas com mais vontade do que nunca

Com este figurino, o Vizela lá foi a jogo com muitos jovens jogadores, sem qualquer defesa central e com três laterais esquerdos no onze num sistema inédito com dois pontas de lança para aproveitar todos os elementos disponíveis. A realidade é que mesmo assim o conjunto de Álvaro Pacheco deu réplica. Com a goleada sofrida neste mesmo recinto no jogo da Liga, a equipa da casa entrou aguerrida de forma a evitar surpresas, não querendo ver repetida a entrada avassaladora dos dragões no jogo do campeonato.

Apesar do esforço as expetativas saíram furadas. Sem deslumbrar, logo aos oito minutos o FC Porto chegou à vantagem na sequência de um pontapé de canto. Depois de duas disputas de bola na área Uribe encheu o pé esquerdo e atirou a contar, prometendo novo passeio azul e branco no recinto vizelense.

Puro engano. O processo azul e branco foi quase sempre lento, deserto de ideias e demasiado denunciado. Alvo fácil para um Vizela que fez das fraquezas forças, organizou-se bem com a manta de retalhos disponível e teve astúcia para controlar a profundidade com eficiência. Pelo meio ainda arranjou força para ir à baliza adversária empatar o jogo. Trabalho dos pontas de lança, Schettine isola Cassiano pela esquerda e o brasileiro pica a bola sobre Marchesín.

Fábio Vieira: do banco para o triunfo

O chá do intervalo de Sérgio Conceição fez o FC Porto ganhar metros na segunda parte. O domínio azul e branco, que já se notara na primeira metade, continuou a registar-se, mas mais à frente no terreno. O Vizela mal conseguia respirar encostado à sua área. Mas, tal como no primeiro tempo, quando se conseguia soltar criava perigo, como o aviso que deu quando estava cumprida uma hora de jogo, quando Evanilson já tinha tirado tinta do ferro.

Um dos triunfos do técnico portista ao intervalo foi Fábio Vieira e o médio teve o condão de resolver o jogo. Cavou uma grande penalidade ao esbarrar com a bola na mão de Zag no interior da área e o próprio transformou o castigo máximo em golo quando estavam decorridos 64 minutos de jogo.

A contagem ficou selada em cima da hora com um terceiro jogo do FC Porto, mais um de bola parada, quando o Vizela já não tinha argumentos. Evanilson marcou o terceiro dos dragões, um castigo demasiado para os briosos jogadores de Álvaro Pacheco. Triunfo sem contestação do FC Porto, com serviços mínimos, tal como o adversário que contou com dezasseis baixas.

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