Taça da Liga: Sporting-Farense, 6-0 (crónica)

Ricardo Gouveia , Estádio de Alvalade
30 nov 2022, 22:40

Tanta fome de bola

Vestidos de branco, os rapazes de Ruben Amorim apresentaram-se com fome de bola em Alvalade e, depois dezassete dias sem competição, golearam o Farense com seis golos sem resposta na estreia da nova edição da Taça da Liga. O Farense de Vasco Faísca foi um convidado simpático que acabou por colaborar no resultado mais expressivo da temporada dos leões.

O treinador já tinha revelado que Dário Essugo ia ser titular no meio-campo num onze que contou ainda com Franco Israel na baliza, José Marsà no eixo defensivo e com o regresso de Nuno Santos, recuperado de lesão, à ala esquerda. Um Sporting que procurou impor, desde logo, uma forte intensidade no jogo, com Pedro Gonçalves, mais uma vez recuado, ao lado de Essugo e atrás da linha de ataque, composta por Marcus Edwards, Paulinho e Francisco Trincão.

O Farense, por seu lado, apresentou-se num tradicional 4x4x2, com duas linhas bem desenhadas no relvado, mas com um enorme fosso entre elas, que permita ao Sporting chegar em dois tempos ao último terço do terreno, com rápidas combinações, quase sempre ao primeiro toque, e criar perigo. Os primeiros dez minutos foram um festival de oportunidades para os leões, com o Farenses sem mãos para travar as sucessivas invasões à sua área.

Paulinho falha e depois bisa

Trincão esteve perto de marcar, Nuno Santos, com um remate surpresa, também, mas a oportunidade mais clamorosa foi de Paulinho. Na sequência de um grande passe de Pedro Porro, o avançado apareceu destacado na área e, apenas com Ricardo Velho pela frente, atirou ao lado. Maldição? O avançado levou as mãos à cabeça, não queria acreditar no que tinha acabado de falhar, mas viria a ter oportunidades para se redimir.

O Farense, com um meio-campo muito experiente, com Marcos Matias, Marcos Paulo e também Cristian Ponde, este último da formação do Sporting, procurava serenar o jogo, levando a bola para longe da baliza de Ricardo Velho, mas quando a perdia, sentia tremendas dificuldades em recuperar no terreno. O Sporting era bem mais rápido nas transições e chegava muitas vezes em vantagem numérica à área de Ricardo Velho.

Foi, aliás, assim, que surgiu o primeiro golo, aos 20 minutos. Um lance desenhado todo ao primeiro toque, com a bola a sair dos pés de Marsà, a passar por Nuno Santos que, de primeira, lançou Trincão que, por sua vez, cruzou para a finalização fácil de Paulinho. Aí estava a redenção e isso notava-se bem na alegria com que o avançado festejou o golo.

O primeiro, porque logo a seguir marcou o segundo. Bola ao centro, o Farense perde a bola e foi apanhado novamente descompensado, com os leões a chegarem novamente em vantagem numérica à área. Edwards ensaiou um primeiro remate, mas foi Paulinho que voltou a marcar na recarga.

Em apenas dois minutos, o Sporting lançava-se para uma vitória folgada. O Farense ainda esboçou uma reação, conseguiu equilibrar a contenda, com mais posse de bola, numa altura em que a equipa de Alvalade levantava o pé. O Farense conseguiu respirar por alguns minutos e Rui Costa até esteve perto de reduzir a diferença, com um remate fortíssimo que ainda beijou as malhas laterais. Mas foi apenas o tempo que o Sporting precisou para recuperar o fôlego e voltar a atacar. Pedro Porro, em noite inspirada, desenhou mais um lance sobre a direita e serviu Edwards que, já na área, tirou um adversário da frente e colocou a bola junto ao poste.

Essugo não regressa para a segunda parte

Os leões chegavam, assim, ao intervalo, com uma vantagem confortável, mas Ruben Amorim não terá ficado totalmente satisfeito, uma vez que Dário Essugo, com uma primeira parte apagada, já não voltou para o segundo tempo, cedendo o lugar a Sotiris. Vasco Faísca também procurou equilibrar a sua equipa em termos defensivos, prescindindo do avançado Velásquez para juntar Gonçalo Silva ao eixo defensivo.

O Farense regressava, assim, com uma defesa a três, mas não teve tempo para ensaiar o novo figurino, uma vez que o Sporting voltou a entrar com tudo, asfixiou o adversário e, em apenas dois minutos, chegou ao 4-0. Mais uma vez Porro a preparar o lance na direita, desta vez com uma grande finalização de Pote, a colocar a bola no buraco da agulha, junto ao primeiro poste.

Caminho aberto para a goleada. Seguiu-se a habitual dança a partir dos bancos com efeitos bem visíveis no campo, com a superioridade da equipa de Lisboa a ficar ainda mais vincada em relação aos leões de Faro. Seguiu-se novo festival de oportunidades. Jovane Cabral, também de regresso ao onze, teve uma oportunidade soberana, mas hesitou em demasia e atirou ao lado. Nesta altura o jogo só tinha um sentido e Paulinho, lançado por Porro, ofereceu o quinto a Artur Gomes que tinha entrado pouco antes.

A meia-dúzia chegou pelos pés de outro suplente, Mateus Fernandes, que arrancou uma grande penalidade e converteu-a ele próprio, para gáudio dos adeptos.

Estava consumada uma goleada que só pode fazer bem a um Sporting que procura estancar as feridas abertas num arranque de temporada muito irregular. A paragem fez definitivamente bem ao Sporting.

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