Taça da Liga: FC Porto-Mafra, 2-2 (crónica)

Ricardo Jorge Castro , Estádio do Dragão, Porto
25 nov 2022, 23:00

Sinos tocaram e o Dragão despertou

O Mafra levou alarme aos sinos do Dragão, mas o FC Porto foi a tempo de evitar a surpresa total na primeira jornada da Taça da Liga, depois de ter recuperado da desvantagem de dois golos registada ao intervalo.

Conceição disse, na antevisão, que a Taça da Liga não era um «título amaldiçoado», mas o FC Porto não entra como quer na prova, na tentativa de um título inédito à 16.ª edição.

A recuperação azul e branca na segunda parte, com os golos de Pepê e Toni Martínez, anulou a diferença favorável ao Mafra, que gelara o Dragão ao fim dos primeiros 45 minutos com os golos de Ença Fati e Gui Ferreira, o último de penálti.

Uma recuperação que espelhou, de resto, o que foi o jogo. Uma primeira parte apática do FC Porto e de total eficácia do Mafra, competente também a defender e a adiantar-se, por fim, com mérito. E uma segunda de mais garra e vontade da equipa de Sérgio Conceição, porém sem a cambalhota desejada, que ao intervalo parecia difícil.

A reviravolta até esteve perto, mas o 2-2 subsistiu e coloca tudo igual ao fim da primeira jornada no grupo A. É que Vizela e Chaves também empataram a dois golos no outro encontro, na terça-feira.

O Mafra espreitou uma vitória histórica na primeira deslocação ao Dragão, mas não conseguiu dar o troco total aos azuis e brancos, 17 dias depois da derrota caseira que custou a saída da Taça de Portugal.

Com necessárias alterações face à presença de internacionais no Mundial 2022, Conceição mudou cinco nomes em relação à goleada no Bessa há 13 dias e deixou, entre outros, David Carmo no banco, chamando pela primeira vez à ficha de jogo os bês Abraham Marcus e Wendel Silva: o último estreou-se, ao entrar nos minutos finais.

Cláudio Ramos assumiu a baliza pela terceira vez esta época e André Franco apareceu no onze pela segunda vez, num jogo em que o ex-Estoril funcionou de forma algo híbrida, recuando para ajudar Bruno Costa e Uribe sem bola e variando com Pepê na primeira parte, mais perto de Toni Martínez e, depois, mais descaído na direita quando os dragões já estavam em desvantagem.

O Mafra, sem criar grandes ocasiões, conseguiu ser certo e competente a defender e letal nas duas ocasiões para marcar. O FC Porto não estava feroz como habitual e Samu, na verdade, pouco trabalho teve até ao intervalo.

A surpresa – teórica – apareceu na prática ao minuto 16, quando Lucas Silva foi lançado na direita e deixou para trás Marcano e Fábio Cardoso em velocidade, assistindo para Ença Fati marcar. Ato um de uma primeira parte que gelou os mais de 22 mil espetadores no Dragão. O pior ainda viria perto do intervalo.

Porventura na jogada mais bem conseguida junto da área do Mafra, Wendell marcou após defesa incompleta de Samu, mas estava adiantado no momento do remate de Toni Martínez (23m).

O minuto 39 foi um verdadeiro soco no estômago do FC Porto, depois de a bola ter encontrado o punho de Bruno Costa, na área, após um canto. Miguel Nogueira foi ver as imagens, apontou para penálti e Gui Ferreira não tremeu. O Mafra espantava um dragão já sem chama e o intervalo chegou com o 0-2.

Para a segunda parte, Conceição ajustou a equipa com as entradas de João Mário e Namaso (Bruno Costa e Rodrigo não voltaram) e a reação foi imediata. O FC Porto mostrou mais determinação e Pepê reduziu ao minuto 47, numa finalização à saída de Samu, após um ressalto na área.

Sucederam-se depois as ocasiões, com João Mário a falhar por centímetros um golaço, Samu a fazer a defesa do jogo a cabeceamento de Toni Martínez e a defensiva do Mafra a evitar males maiores em lances de insistência do FC Porto.

Ao minuto 70, Toni Martínez deu um verdadeiro pontapé no resultado, batendo Samu com um potente remate, mas o FC Porto ficou-se pelo empate e também por culpa de Samu, que fechou vários caminhos ao dragão e o 3-2 a Uribe, num livre em cima do minuto 90. O jogo acabou com ânimos quentes e ainda a expulsão de Mattheus Oliveira. O ex-Sporting entrou na segunda parte e não durou meia hora em campo.

Relacionados

Patrocinados