O estreante que quer estragar a primeira final em doze dias

7 mai 2014, 11:15
Rio Ave vs Benfica (LUSA)

Benfica entra em fase crítica da época em que pode fazer um percurso absolutamente histórico. Para o Rio Ave esta é a primeira final da Taça da Liga e a primeira oportunidade para levantar um troféu

A ténue linha que separa o sucesso do fracasso vai estar à prova nos próximos doze dias da vida do Benfica. Após uma longa época cheia de boas notícias e o título de campeão conquistado, a equipa orientada por Jorge Jesus entra na fase mais decisiva de todas, que pode catapultá-la para a história. Do outro lado um Rio Ave surpreendente e estreante na final da Taça da Liga, que vai tentar tudo para estragar o primeiro desse triplo desafio encarnado.

O jogo desta quarta-feira em Leiria (TVI, 20:30) apresenta-se como a oportunidade do Benfica conquistar a sua quinta Taça da Liga, uma competição onde esmaga completamente toda a concorrência. Para os vila-condenses é apenas a primeira oportunidade de levantar o troféu, como evidenciou Nuno Espírito Santo na conferência de imprensa de antevisão: «As finais são para ganhar, pode ser que desta vez toque a nós». O jogo será apitado por Hugo Miguel

Com as finais da Liga Europa, face ao Sevilha (14 de maio), e da Taça de Portugal, novamente com o Rio Ave (18), para disputar, abre-se a possibilidade de Jorge Jesus fazer uma gestão da equipa, embora isso não convença o treinador do Rio Ave, que vislumbra no adversário muitas soluções. 
 
Sem receio do que sucedeu na época passada, em que os encarnados perderam tudo, Jesus deixa o aviso: «Nunca tivemos fantasmas. Tivemos foi sempre uma luz que nos guiou para fazer aquilo que fizemos a época passada. Fantasma é não ter capacidade de chegar lá»

As duas equipas tiveram trajetos muitos diferentes para a final. Enquanto o Benfica teve de eliminar Nacional, Gil Vicente, Leixões e FC Porto, o Rio Ave teve pela frente Paços de Ferreira, Vitória de Setúbal, Sporting da Covilhã e Sporting de Braga. Em todo o caso, ambos venceram três vezes e empataram um.


Rodar ou apostar tudo?

Enquanto Jesus insiste que as finais são para se jogar e Nuno considera que são para ganhar, umas das incógnitas para o jogo desta quarta-feira está relacionada com o onze que o Benfica poderá apresentar, tendo em vista eventuais poupanças. O treinador do Rio Ave não acredita nisso e Jorge Jesus não abre o jogo, mas será de esperar que Enzo Pérez, Sálvio ou Markovic, jogadores que não podem jogar a final de Turim por castigo, alinhem de início em Leiria.

Com o título conquistado, o Benfica pode repetir a proeza do FC Porto em 2010/11 (foi campeão, venceu a liga Europa e a Taça de Portugal), e ainda com o bónus de lhe juntar a Taça da Liga, o que seria absolutamente inédito. Um cenário que o clube nunca saboreou em 110 anos de história, embora por duas vezes tenha sido campeão e estado na finais europeias e da Taça de Portugal. Em 1964/65 perdeu na final da Taça de Portugal e na Taça dos Clubes Campeões Europeus e em 1982/83 venceu a Taça de Portugal e perdeu na final da Taça UEFA.

Enorme desnível no historial de confrontos

O Benfica tem uma grande supremacia no histórico dos confrontos com o Rio Ave, com 33 vitórias e apenas três derrotas (98 golos marcados e 32 sofridos), sendo que o primeiro jogo ocorreu apenas em 1979/80, quando os vila-condenses se estrearam na I Divisão, e logo com uma goleada das antigas (11-0).

Por tudo isto, Pires e Miguelito, que escreveram as vitórias por 1-0 de 1981/82 e 2004/05, respetivamente, são nomes incontornáveis, bem como Peu, Nenad e Marcos, que, em 1997/98, selaram o 3-1 que, à quarta ronda do campeonato, despediu Manuel José do cargo de treinador dos «encarnados». Três jogos que são a exceção no domínio benfiquista, que, logo em 1979/80, “batizaram” o Rio Ave na primeira divisão com um total de 11-0.

A superioridade continua nesta época, com dois triunfos: 4-0 na Luz e 3-1 em Vila do Conde. O primeiro jogo ocorreu no Estádio dos Arcos, na 11.ª jornada, a 1 de dezembro de 2013, e o segundo a 7 de abril, na 26ª. Nos dois jogos, Rodrigo, Lima e Cardozo marcaram, cada qual, dois golos, o paraguaio de grande penalidade, sendo que Gaitan faturou o outro tento dos «encarnados», enquanto Ukra foi o autor do tento solitário da equipa de Nuno Espírito Santo.


O novo palco

Leiria estreia-se como palco da final da Taça da Liga, depois das das três primeiras edições, entre 2007/08 e 2009/10, terem sido disputadas no Estádio Algarve, em Faro/Loulé, e as mais recentes, entre 2010/11 e 2012/13, no Estádio Cidade de Coimbra.

A cidade do Liz recebeu, porém, duas edições da Supertaça Cândido de Oliveira: em 2005/06, o FC Porto do interino Rui Barros, conquistou a sua 15ª Supertaça, vencendo o Vitória de Setúbal por 3-0; na época seguinte, a 11 de agosto de 2007, um golo do russo Marat Izmailov, frente ao FC Porto, foi suficiente para que o Sporting de Paulo Bento erguesse o troféu pela sexta vez.

Relacionados

Benfica

Mais Benfica

Patrocinados