Brasil: Supremo Tribunal Federal inclui Bolsonaro na investigação aos ataques

Agência Lusa , DCT
14 jan 2023, 08:40
Jair Bolsonaro espera reeileção para um segundo mandato nas presidenciais de 2022 AP/Silvia Izquierdo)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tinha pedido esta sexta-feira ao STF brasileiro para investigar o ex-Presidente Jair Bolsonaro como autor intelectual e instigador dos ataques feito por extremistas aos três poderes, em Brasília, no domingo

O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro autorizou esta sexta-feira a inclusão do ex-Presidente Jair Bolsonaro na sua investigação sobre os ataques de radicais ao três poderes, depois do pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com o documento judicial, o juiz Alexandre de Morais aceitou o pedido do Ministério Público, que citou um vídeo divulgado por Bolsonaro na rede social Facebook dois dias após o motim, noticiou a agência Associated Press (AP).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tinha pedido esta sexta-feira ao STF brasileiro para investigar o ex-Presidente Jair Bolsonaro como autor intelectual e instigador dos ataques feito por extremistas aos três poderes, em Brasília, no domingo.

“A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão de representação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Inquérito 4.921, que apura a instigação e autoria intelectual dos atos antidemocráticos que resultaram em episódios de vandalismo e violência em Brasília no último domingo”, lê-se num comunicado divulgado na página do Ministério Público Federal.

Os membros do Ministério Público Federal indicam que ao partilhar o vídeo nas suas redes sociais “no dia 10 de janeiro questionando a regularidade das eleições presidenciais de 2022", Bolsonaro teria feito incitação pública à prática de crime.

Bolsonaro apagou o vídeo no dia seguinte, na quarta-feira.

Já depois do pedido de abertura de uma investigação, o advogado de Jair Bolsonaro negou qualquer envolvimento do ex-presidente brasileiro nos ataques de radicais ao três poderes.

“O presidente Jair Bolsonaro repudia veementemente os atos de vandalismo e depredação do património público cometido pelos infiltrados na manifestação. Ele jamais teve qualquer relação ou participação nestes movimentos sociais espontâneos realizados pela população”, disse Frederick Wassef, numa nota enviada à comunicação social.

“O presidente Jair Bolsonaro sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas, assim como sempre foi um defensor da Constituição e da democracia. Em todo o seu governo, sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição”, acrescentou o advogado de Jair Bolsonaro.

Os ataques culminaram uma escalada de ataques dos 'bolsonaristas' radicais contra a democracia, que desde o dia seguinte às eleições iniciaram mobilizações para incentivar um golpe contra Lula da Silva.

Antes dos ataques às sedes dos três poderes, os radicais de extrema-direita bloquearam estradas, invadiram uma delegacia de Brasília em meados de dezembro e, dias depois, terão deixado um artefacto explosivo próximo ao aeroporto da capital, que foi desativado pela polícia.

No domingo, apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira que apoiam o anterior presidente, derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, na capital brasileira.

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