Portugueses gastaram mais de 30 milhões de euros por dia em supermercados no ano passado

7 fev 2023, 08:06
Economia (AP Photo/Armando Franca)

No total, os portugueses gastaram 11,821 milhões de euros em super e hipermercados em 2022, uma subida de quase 10% face ao ano anterior

Os portugueses gastaram, em média, 32,4 milhões de euros em supermercados em 2022. Os dados, avançados pelo Diário de Notícias, são do Scantrends da NielsenIQ e revelam que, no total, os portugueses gastaram 11,821 milhões de euros em super e hipermercados no ano passado. Significa que houve um crescimento de 9,6% face ao ano anterior, o que corresponde a gastos de mais 1036 milhões. Mas o que fez crescer os números não foi o facto de os portugueses estarem a comprar mais: o aumento explica-se porque todos os produtos estão mais caros, devido à inflação. 

"Vendeu-se menos, embora mais caro, e a prova disso é que o consumo retraiu a vários níveis, desde a compra de produtos mais baratos, mantendo o mesmo padrão de consumo, à escolha de produtos complementares, mas de qualidade inferior. E há mesmo redução de compra, com o consumidor a preferir fazer mais idas ao supermercado, mas comprando apenas o que precisa", disse ao DN Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, que classifica como "balofas" as taxas de crescimento porque estas se devem unicamente ao efeito da inflação. 

Os preços mais caros na generalidade explicam ainda um "crescimento brutal" das marcas próprias das cadeias de supermercados, cujas vendas subiram 18,3%, escreve o DN. Já os artigos de marca cresceram apenas 4,5%. 

Em termos de quota de mercado, ganharam as cadeias de "hard discount", como o Aldi, Lidl ou Mercadona: segundo o DN, o segmento cresceu 11%, contra 9,3% dos hipermercados e 9,5% dos supermercados.

Ao DN, o diretor-geral da  Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), Gonçalo Lobo Xavier, assume aumento generalizado dos preços em toda a cadeia de distribuição mas garante que só 35% da subida dos custos foi passada ao consumidor. E admite "perdas importantes" nas vendas de peixe e carne, com consumo maior de carne de aves, ovos, conservas e enlatados. 

Lobo Xavier fala ainda das perspetivas para 2023, referindo que começa a notar-se uma tendência para a estabilização dos custos energéticos e, em consequência, dos custos de produção.  O presidente da APED acredita que se comece a sentir o impacto desta estabilização nos preços "no fim do primeiro trimestre do ano".

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