Suécia elege conservador para presidente do Parlamento

Agência Lusa , CE
26 set 2022, 18:18
Andreas Norlén, presidente do Parlamento da Suécia (AP Photo)

Os quatro partidos da coligação de direita – que integra o Partido Moderado (conservador), o Partido dos Democratas Suecos (extrema-direita), democratas-cristãos e liberais - estão a negociar um pacto governamental

A Suécia deu esta segunda-feira mais um passo para a formação de um novo Governo, com a eleição do conservador Andreas Norlén como presidente do Parlamento, duas semanas após as eleições legislativas ganhas por uma coligação de direita.

Norlén, que já tinha presidido ao Parlamento na mais recente legislatura, foi eleito na véspera da sessão inaugural do novo Parlamento, em que a direita passa a ter a maioria dos lugares, 176 contra 173 da coligação de centro-esquerda da primeira-ministra interina, a social-democrata Magdalena Andersson.

Os quatro partidos da coligação de direita – que integra o Partido Moderado (conservador), o Partido dos Democratas Suecos (extrema-direita), democratas-cristãos e liberais - estão a negociar um pacto governamental.

"Tudo está correr muito bem. Estamos a avançar passo-a-passo", disse hoje o líder conservador, Ulf Kristersson.

Kristersson recebeu na passada semana a tarefa de dirigir as negociações para a formação de um novo Governo, depois de Norlén ter reunido com todos os líderes políticos e ter recebido o apoio da maioria.

O Partido Moderado de Kristersson recebeu o terceiro maior número de votos, com 19,1%, atrás dos social-democratas (30,3%) e do partido Democratas Suecos (20,5%).

Os democratas suecos - com raízes neonazis, na sua fundação, no final dos anos 1980 - foi submetido a um "cordão sanitário" pelo resto das forças partidárias desde que chegou ao Parlamento, em 2010, o que explica a razão pela qual os social-democratas governaram em minoria durante as duas últimas legislaturas, apesar de haver uma maioria de direita no Parlamento.

Conservadores, democratas-cristãos e liberais, no entanto, decidiram romper esse “cordão sanitário” e concordaram em associar-se aos democratas suecos, embora rejeitem a sua entrada no Governo, uma exigência que a força de extrema-direita parece aceitar em troca de influência política.

Kristersson não esclareceu quais os partidos que farão parte de um eventual Governo, mas os ‘media’ suecos especulam que a solução pode passar um executivo minoritário que integre conservadores e democratas-cristãos, apoiados no Parlamento por liberais e extremistas radicais.

Neste cenário, o partido Democratas Suecos ficará com a segunda vice-presidência do Parlamento, bem como com oito presidências ou vice-presidências em diferentes comissões parlamentares.

"Tivemos uma negociação conjunta sobre a presidência do Parlamento e das comissões. O Democratas Suecos é um partido importante na atividade parlamentar. Um futuro Governo precisará de negociar muitas coisas com eles", explicou Kristersson.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados