O capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos EUA, descarta o cenário de uma mera recuperação de destroços e corpos dos tripulantes e mantém a esperança de os encontrar vivos: missão é “100% de busca e salvamento”
A Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou que os aviões Lockheed P-3 da Força Aérea Canadiana detetaram novos sons esta quarta-feira durante as buscas pelo submersível Titan. No entanto, a origem dos mesmos continua por determinar.
Aos jornalistas, Carl Hartsfield, especialista do Instituto Oceanográfico Woods Hole e capitão da Marinha Americana na reforma, explicou que há “vários relatos de sons”, estando cada um deles a ser “analisado, localizado e reportado”. Hartsfield afirma que os sons ouvidos “são descritos como sendo de pancadas”, e explicou que os analistas têm de “reunir todo o contexto e excluir outros sons feitos pelo homem”.
Sobre os sons, o capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos EUA, negou que as equipas os estejam a ouvir "com intervalos de 30 minutos”, conforme questionado pelos jornalistas.
Frederick garante também que a operação de busca pelo submersível Titan "é 100% de busca e salvamento", descartando o cenário de uma mera recuperação de destroços e corpos dos tripulantes. "Continuaremos a pôr cada meio que temos disponível na descoberta do Titan e da sua tripulação", explicou, afirmando que, neste tipo de missões, “há sempre esperança”.
"Temos de nos manter otimistas e esperançosos quando estamos num caso de busca e salvamento. Por vezes não encontramos o que procuramos e temos de considerar cuidadosamente todos os fatores. Depois de considerarmos todos esses fatores, por vezes estamos numa posição em que temos de tomar uma decisão difícil. Ainda não chegámos a esse ponto. Se continuarmos a procurar, é possível que o alcancemos. E essa é uma discussão que teremos com as famílias muito antes de eu a discutir aqui publicamente”, respondeu aos jornalistas.
A área das buscas expandiu-se, disse Frederick, cobrindo agora o equivalente a duas vezes e meia o tamanho do estado norte-americano do Connecticut e atingindo os quatro quilómetros de profundidade. A própria localização das buscas, a cerca de 650 quilómetros a sudeste da cidade canadiana de St. John’s, faz com que a operação seja “extremamente complexa” e torna “particularmente difícil mobilizar muito equipamento de forma rápida".
O capitão destacou também que há mais equipamento a chegar para ajudar nas buscas, nomeadamente veículos submersíveis operados remotamente, e anunciou que uma equipa francesa vai enviar "equipamento de alta tecnologia”.
Sobre a comida a bordo, Frederick afirmou que os cinco tripulantes têm “rações limitadas” à sua disposição”, não se sabendo ao certo em que quantidades.