Sub-21: Portugal-Islândia, 1-1 (crónica)

25 mar 2022, 22:20

Vikings congelam caminhada lusa

No sexto capítulo da caminhada de acesso ao Europeu de 2023, os sub-21 de Portugal sofreram o primeiro golo, o primeiro empate e perderam os primeiros pontos possíveis no grupo 4.

Depois de cinco vitórias com um total de 20 golos marcados e folha limpa na sua baliza, Portugal escorregou em Portimão e perdeu mesmo a liderança para a Grécia, adversário da próxima terça-feira que, apesar de ter mais um ponto, tem também mais um jogo disputado.

Portugal teve em solo algarvio uma primeira parte positiva e ofensiva, mas que pecou, ora pela ineficácia, ora por alguma falta de definição no momento de atacar a baliza de Valdimarsson – e também por alguma permeabilidade defensiva: a Islândia, também com mérito, foi-se defendendo de investidas lusas e acabou mesmo por gelar Portimão ao minuto 16.

Numa boa jogada coletiva, Fridriksson, jogador dos suecos do Hacken, entrou na área após ultrapassar quatro adversários e serviu Willumsson, que ainda viu Eduardo Quaresma fazer um corte ineficaz antes de desviar para o fundo da baliza, já sem a oposição de Celton Biai.

Até aí já Portugal tinha feito por marcar, com remates de Paulo Bernardo e Gonçalo Ramos, não tendo acusado totalmente o golo sofrido: empurrou a equipa de David Snorri Jonasson para o seu meio-campo defensivo, com João Mário a apoiar bem o ataque, Gonçalo Ramos a mostrar agressividade e bom posicionamento na área, ou Fábio Vieira a mostrar alguns dotes. Porém, faltava o golo.

Aos 32 minutos, exemplo claro do desperdício luso, quando Fábio Carvalho, Fábio Vieira e Gonçalo Ramos não conseguiram bater Valdimarsson num lance em cima da baliza islandesa, que finalmente abanou dois minutos depois, por Gonçalo Ramos, que contou com um ressalto ganho e um desvio de bola em Robertsson no remate, para o 1-1, num lance em que combinou bem com os dois Fábios, Carvalho e Vieira.

Na segunda parte, e numa noite que teve estreias absolutas de Alexandre Penetra e Fábio Carvalho nos sub-21 – no caso do médio do Fulham foi mesmo a primeira internacionalização por qualquer seleção lusa – Portugal não teve tanto caudal ofensivo nem tentativas e remates à baliza contrária. Ainda assim, não houve crise total de ocasiões e Valdimarsson agigantou-se na baliza quando foi preciso, como quando, ao minuto 67, evitou um autogolo de Thorkelsson com uma defesa espetacular a uma mão.

Por essa altura, já Francisco Conceição estava em campo (entrou aos 60m) e Rui Jorge variou ligeiramente o esquema inicial, lançando ainda, mais tarde, Gonçalo Borges e Afonso Sousa (80m).

O certo é que a Islândia teve também todo o mérito no ponto conseguido em Portimão. Soube defender e também atacar e podia ter saído também com a vitória, se mais frieza houvesse nos lances em que chegou perto da baliza de Celton Biai. Foi uma equipa que mostrou pragmatismo, simplicidade e rapidez quando conseguiu subir no terreno e castigou uma equipa de Portugal que, na verdade, esteve um pouco longe de noites de melhor futebol e mais inspiração que já apresentou no passado.

É certo que não houve Vitinha, André Almeida, Gonçalo Inácio, Tiago Djaló, ou Nuno Tavares, mas esta equipa sabe que capaz e mais e melhor. Segue-se a Grécia, num duelo pela liderança.

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