Anastasiia veio da Ucrânia há três meses, e frequenta uma escola portuguesa há apenas um. Não fala português nem inglês, mas a tecnologia ajuda a contornar a barreira da língua
O ginásio da escola enche-se com a azáfama de uma quinta-feira. Ténis derrapantes chiam pelo chão entre exclamações eufóricas. "Atira a bola!", "Aqui, aqui!". No centro, um grupo de raparigas passa uma bola de basquete entre si, num aquecimento ainda preguiçoso. Entre uma dezena de cabeças morenas, Anastasiia faz-se notar mesmo que não o queira: de sorriso tímido, olhos vacilantes entre os colegas e o chão, e uma farta cabeleira loira envolvida num rabo-de-cavalo, que baloiça enquanto gira a cabeça para acompanhar a trajetória da bola.