André Pestana espera que Marcelo tome posição senão "estará a tomar partido do agressor" e deixa apelo a uma grande greve

Agência Lusa , PP (atualizado às 18:57)
28 jan 2023, 18:47

Depois de uma manifestação que começou em frente ao Ministério da Educação e terminou nos jardins em frente ao Palácio de Belém, líder do STOP foi recebido por Isabel Alçada, assessora do Presidente da República para a área da Educação. No fim, deixou um apelo aos professores

O coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) foi recebido no Palácio de Belém e espera agora que o Presidente da República tome uma posição, caso contrário “estará a tomar o partido do agressor”.

Depois de uma manifestação que começou em frente ao Ministério da Educação e terminou nos jardins em frente ao Palácio de Belém, André Pestana foi recebido por Isabel Alçada, assessora para a área da Educação.

Juntamente com representantes dos trabalhadores não docentes das escolas, a equipa apresentou os motivos que levam aos protestos e greves, iniciadas em dezembro do ano passado.

Isabel Alçada “limitou-se a tomar notas e é natural que assim seja”, contou André Pestana, à saída do encontro, acrescentando que esperam agora que o Presidente da República, Marcelo Recebo de Sousa, veja “as notas e tome posição”.

“Esperamos que sim, senão fica evidente que, perante uma grande injustiça, está a tomar o partido do agressor”, afirmou André Pestana em declarações aos jornalistas antes de subir para o camião, para depois discursar perante as milhares de pessoas que participaram na terceira marcha organizada pelo STOP desde dezembro.

Recorde-se que milhares de professores e funcionários escolares estiveram concentrados em frente ao Palácio de Belém, depois de uma marcha de mais de três quilómetros que começou no ministério da Educação, exigindo "respeito" e melhores condições laborais.

O protesto organizado pelo Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) “em apenas sete dias” contou com a adesão de “um mar de gente”, sublinhou à Lusa o coordenador do STOP, André Pestana.

Sindicato apela a grande greve nas escolas antes do início dos serviços minimos

No final, após o encontro, o coordenador do Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP) apelou aos milhares de manifestantes presentes no protesto em Lisboa para que, na próxima semana, parem e “encerrem as escolas de norte a sul do país”.

“Nos próximos dois dias, antes dos serviços mínimos, vamos parar e encerrar as escolas de norte a sul do país. Não nos iremos calar. Não paramos”, gritou André Pestana, durante um discurso feito em frente ao Palácio de Belém.

“A Escola Unida Jamais será vencida” foi a palavra de ordem ouvida após o apelo feito por André Pestana, coordenador do sindicato que iniciou em dezembro uma greve nas escolas que se prolongará até fevereiro.

Na sexta-feira, o ministério divulgou a decisão de avançar com serviços mínimos nas escolas a partir de 1 de fevereiro, quarta-feira. Por isso, o STOP apela aos trabalhadores das escolas para que intensifiquem a luta nos dois primeiros dias da próxima semana.

Segundo André Pestana, a manifestação de hoje “foi a maior de sempre”, afirmando que contou com “mais de cem mil pessoas”: “Se na última manifestação (que se realizou há duas semanas), a polícia disse que éramos 20 mil e afinal éramos cem mil, imaginem quantos somos hoje, quando a polícia diz que somos cerca de 80 mil”.

Professores e pessoal não docente reivindica melhores condições de trabalho e salariais. O STOP pede que todas as pessoas que trabalham nas escolas tenham um aumento de 120 euros para fazer face ao aumento do custo de vida.

Além dos protestos do STOP, estão a decorrer greves organizadas pelo SIPE e por uma plataforma composta por oito sindicados, da qual fazem parte as duas maiores estruturas sindicais do setor da educação: a Federação Nacional de Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE).

Um dos motivos dos protestos prende-se com a proposta do ministério da Educação de um novo modelo de seleção e colocação de professores.

Na semana passada, ministério e sindicatos levaram a cabo a terceira ronda negocial no âmbito do novo modelo de recrutamento que terminou sem acordo.

A concentração deste sábado começou por volta das 13:00 em frente ao ministério da Educação e terminou às 18:30 com os manifestantes a gritar “Não Paramos” e Vitória”.

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