Defesa belga elogia a capacidade de Rui Borges em «ouvir os jogadores» e como Ruben Amorim lhe ensinou «aspetos defensivos», em entrevista à CNN Portugal
Zeno Debast foi uma das boas surpresas do Sporting nesta temporada. Chegou ao clube rotulado com uma etiqueta de 15,5 milhões de euros, tornando-se o defesa mais caro da história do clube. Desacreditado por alguns após a derrota na final da Supertaça Cândido de Oliveira, contra o FC Porto, teve de dar 'um passo atrás' e mereceu a primeira titularidade só à quinta jornada do campeonato.
No duelo seguinte, o primeiro da Champions, marcou um golaço de fora da área que demonstrou a sua capacidade para jogar com os pés. Ganhou o seu lugar e, chegando ao final da época, Debast conquistou a maioria dos adeptos leoninos.
É, até agora, o sexto jogador com mais minutos de utilização no Sporting em época de estreia no clube. Um facto ainda mais impressionante tendo em conta que foi orientado por três treinadores... e mesmo assim foi campeão. Ruben Amorim foi o primeiro, mas embarcou para Manchester em novembro. João Pereira sucedeu-lhe, durando pouco mais de um mês no cargo. Seria Rui Borges a assegurar o bicampeonato, assinando na véspera de Natal.
«Precisamos de falar disto, não é nada normal que um grupo que tenha três treinadores», afirma Zeno Debast em entrevista à CNN Portugal. «Mas o grupo é tão forte que mudámos imediatamente de ideias e passámos para o jogo seguinte, tentando concentrar-nos na equipa», diz o belga, que deixou bastantes elogios à união do grupo de trabalho.
Rui Borges é desacreditado por alguns, mas Debast trabalha com ele em Alcochete e destaca as qualidades de líder do treinador. «Ele fez um trabalho fantástico. Penso que, para o nosso primeiro jogo, só tivemos três dias de preparação porque tivemos as férias de Natal para ver as nossas famílias. E penso que ele lidou muito bem com a situação.»
«Ouve o grupo, fala por vezes com os jogadores para saber o que sentem, o que acham da metodologia, dos treinos, de tudo. E penso que ele coloca o seu estilo na equipa, mas também ouve os jogadores. Penso que este é um dos seus pontos mais importantes», acrescenta o defesa (tantas vezes adaptado a médio).
Mas antes de Borges, Ruben Amorim foi o primeiro treinador a orientar Debast em Portugal. Trabalhou com ele pouco tempo, mas deixa-lhe elogios. «Foi uma experiência fantástica. Mesmo que tenha sido um período curto, fiquei contente por poder trabalhar com ele e a sua equipa. Como já disse antes foi um período curto, mas gostei muito do tempo que passei com ele. Também me ensinou muito nos aspetos defensivos. Portanto, sim, estou muito agradecido», revelou.
Debast afirma gostar muito do clima e das praias portuguesas. Um pouco à semelhança um compatriota que é também seu mentor - Jan Vertonghen. Já formou parceria com ele na seleção belga e diz receber frequentemente conselhos do ex-Benfica. «Ainda há duas horas falei com ele», confidenciou na entrevista. Vertonghen anunciou recentemente a retirada do futebol profissional, justamente no Anderlecht.
Foi também na seleção da Bélgica que conheceu Roberto Martínez, atual selecionador de Portugal. «Sinceramente, ainda não vi muitos jogos de Portugal, mas acho que ele é um treinador fantástico. Ele ajudou-me muito. Acho que Portugal tem uma seleção jovem e que esses jovens jogadores precisam de uma pessoa como Roberto Martínez. Penso que ele é muito bom a nível pessoal e tático, na forma de ajudar a formar uma grande equipa. Portugal tem as qualidades necessárias para fazer grandes coisas, acho que ele é a pessoa certa para isso», avalia o defesa.