Jogador belga afirmou-se no Sporting e adaptou-se a uma nova posição no meio-campo. Em entrevista à CNN Portugal, elogia o grupo de trabalho e conta os melhores e piores momentos da época
Zeno Debast foi uma das boas surpresas do Sporting nesta temporada. Chegou ao clube rotulado com uma etiqueta de 15,5 milhões de euros, tornando-se o defesa mais caro da história do clube. Desacreditado por alguns após a derrota na final da Supertaça Cândido de Oliveira, contra o FC Porto, teve de dar 'um passo atrás' e mereceu a primeira titularidade só à quinta jornada do campeonato.
No duelo seguinte, o primeiro da Champions, marcou um golaço de fora da área que demonstrou a sua capacidade para jogar com os pés. Ganhou o seu lugar e, chegando ao final da época, Debast conquistou a maioria dos adeptos leoninos.
Até já é 'dono' de uma música - «Rebola ti txon», de Deejay Rifox e Tia Vivix, lançou os sportinguistas à loucura na festa do título, no Marquês de Pombal. Em entrevista à CNN Portugal, o belga fez a retrospetiva de uma temporada de afirmação em Portugal. «Foi uma época em que tive muitas emoções. Positivas, em alguns momentos mais negativas, mas aprendi muito nesta época», assegura.
«Tivemos um grupo fantástico para entrar como um novo jogador. Assim, senti imediatamente a confiança da equipa e também do staff. Tudo correu de forma positiva ao conquistar o título com esta equipa», diz, destacando a união do grupo.
«Penso que esta é uma das coisas mais importantes que se pode ter. Temos um bom grupo no campo, mas vê-se também fora do campo que fazemos muitas coisas juntos e isso faz com que um grupo trabalhe realmente para os outros, aproveitando os momentos, aproveitando o trabalho árduo. Penso que este foi o nosso ponto mais importante este ano», afirma.
Um sinal do companheirismo que se vive no Sporting foi o vídeo partilhado nas redes sociais nos últimos dias, já depois da conquista do título, em que surgem Morten Hjulmand, Zeno Debast, Conrad Harder e Viktor Gyökeres num barco. Zeno Debast e Conrad Harder decidiram fazer um duelo de natação. «O melhor a mergulhar é o Conrad, a nadar sou eu», admitiu, entre risos.
«Houve muitos momentos bons durante a época, penso eu. Obviamente que o golo do Edu [Quaresma] foi um momento de grande emoção para mim, mas também para o grupo. Ganhar o título em casa e celebrar no Marquês e no autocarro foi fantástico. O pior momento? Acho que foi o primeiro jogo que joguei, em que perdemos a Supertaça contra o FC Porto», um jogo que o belga não esquece.
Uma época que fica na memória do internacional belga. Aos 21 anos, venceu o primeiro título enquanto senior após duas temporadas no clube de formação, o Anderlecht. A onda de lesões no meio-campo (e não só) do Sporting, levou a que Debast se adaptasse a novos terrenos e novas rotinas, enquanto médio-centro (normalmente, o mais recuado da dupla).
«Se é esse o meu futuro? Nunca se sabe. No início não foi difícil, mas tive de tentar perceber uma nova posição e o que o treinador queria de mim. Porque obviamente não tenho as mesmas qualidades que alguém que tenha jogado naquela posição toda a vida. Eu tento jogar com o meu estilo, numa posição diferente. Penso que resultou muito bem, vamos ver no futuro onde jogarei», diz.
Mas a época não acabou. Há ainda um jogo muito importante para o Sporting e para os seus adeptos – a final da Taça de Portugal, no Jamor. E logo contra o rival figadal Benfica. Talvez o último encontro da temporada possa servir como de ‘vingança’ à derrota no primeiro duelo, na Supertaça. Debast pensa que não há favoritos. «Penso que há 50/50 de chances para nós e para o Benfica. Ganhámos o título, mas a Taça é outra história. É outro campeonato. Por isso, vamos estar concentrados e preparados», garantiu.
E depois desse jogo... resta um desejo. Que Viktor Gyökeres fique no Sporting para a próxima temporada. «Prontos para perdê-lo? É um jogador fantástico e um dos mais importantes ou o mais importante da equipa. Temos de encontrar uma solução, mas o Fabrizio [Romano, jornalista italiano] ainda não disse nada [risos]. Por isso, por agora, aproveitamos os momentos com ele e veremos mais tarde.»