Rui Borges já tem o Gyökeres de Amorim. Falta o resto (e por isso o Sporting caiu em Guimarães)

3 jan, 22:17
V. Guimarães-Sporting (FOTO: EPA/HUGO DELGADO)

A ganhar 1-3 contra o Vitória, o Sporting acabou empatado a 4 num jogo louco

O Sporting de Ruben Amorim era fantástico porque era mesmo uma grande equipa, talvez a melhor da última década, talvez a melhor desde o FC Porto de André Villas-Boas (treinador em 2010/11) ou da primeira temporada de Jorge Jesus no Benfica (2009/10).

E em cima de um coletivo brutal estava o diamante. Viktor Gyökeres, claro. Faz muita diferença que o melhor jogador do campeonato de 2023/24 e também melhor marcador do ano de 2024 em todo o mundo (62 golos!) esteja bem.

Isso viu-se com João Pereira, com quem nunca se encontrou - quatro golos em oito jogos -, mas vê-se ainda mais com Rui Borges. O sueco voltou ao que era e contra o Benfica fez a jogada decisiva para o único golo do dérbi. Em Guimarães foi ainda mais letal e marcou três golos, fazendo coisas que só ele parece conseguir fazer, quase que levando os defesas a reboque da sua força bruta que parece ter efeito até na técnica por vezes menos apurada.

Mas falta o resto. E o resto é ainda mais importante. Se Gyökeres marcou três golos, a defesa comprometeu, cada peça à sua vez, para permitir que um 1-3 se transformasse num 4-3 em poucos minutos - só uma magia de Francisco Trincão evitou o pior.

Com o Afonso Henriques em polvorosa, o Sporting desmontou-se totalmente e foi do céu ao inferno rapidamente, perdendo um jogo que pareceu estar no bolso a dada altura.

O que falta, parece mais do que evidente, é a tal outra parte. O tal resto que com Ruben Amorim também havia. Falamos, claro, da consistência defensiva que permitia ao Sporting a quase certeza de que dificilmente empataria um jogo destes, muito menos o perderia.

Franco Israel primeiro - os memes dos braços de Kovacevic talvez se apliquem hoje ao uruguaio - Matheus Reis depois, Diomande e St. Juste depois e ainda Matheus Reis novamente. Um a um, com falhas de quem também joga à frente, a defesa do Sporting assistiu a uma debacle total como há muito não se via, nem mesmo com João Pereira.

Para se perceber a diferença, o Sporting de Rui Borges sofreu num jogo quase tantos golos como o de Ruben Amorim. Até à saída para o Manchester United, os leões sofreram apenas cinco golos em 11 jogos no campeonato. Após a chegada do ex-treinador do Vitória de Guimarães, que neste regresso a casa até foi apelidado de "traidor" por algumas partes da bancada, os leões sofreram quatro golos em dois jogos para a Liga.

Com este empate em Guimarães, o Sporting continua na frente da Liga, agora isolado com mais um ponto do que o FC Porto, mas fica à mercê do jogo a menos que os dragões têm por esta altura, já que a partida desta sexta-feira contra o Nacional foi adiada para 15 de janeiro. Os leões podem ainda cair para trás do Benfica apenas uma semana depois de um Clássico galvanizador. Os encarnados, em caso de vitória contra o Sporting de Braga, acabarão este fim de semana em primeiro lugar ao lado do Sporting, ambos com 41 pontos. Faltará sempre jogar-se esse Nacional - FC Porto para se perceber exatamente como ficam as contas, com os azuis e brancos a um ponto dos rivais, mas com menos um jogo.

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