Balliu e Oriol: os conselhos, a bicicleta e a bateria só com as mãos

5 jun 2014, 11:00
Ivan Balliu e Oriol Rusell no Barcelona B

Colegas durante cinco anos no Barcelona B, o lateral do Arouca diz que o amigo se vai encaixar bem em Alvalade

Se há um jogador no futebol português que conhece bem o novo reforço do Sporting é Ivan Balliu. O lateral do Arouca, mais do que colega de Oriol Rosell durante cinco anos no Barcelona B, fez uma boa amizade com ele. E quando ouviu do outro lado a voz do jornalista do Maisfutebol, o catalão tinha precisamente acabado de praticar uma das grandes paixões que ambos têm em comum.

«Francisco? Que tal? Estás bem? Acabei agora de chegar da minha voltinha na bici [bicicleta] pelas montanhas, aqui por Barcelona. Eu e o Uri costumávamos fazer muitos passeios destes nas folgas. A paisagem é linda, há grutas e trilhos, sabes? Vale mesmo a pena», começa por contar ao nosso jornal.

A revelação é deliciosa e leva-nos à pergunta inevitável: faziam corridas, quem chegava primeiro? O lateral solta uma grande gargalhada antes de responder e recuperar o fôlego: «Não competíamos, fazíamos quilómetros, mas ele era melhor do que eu, confesso.»

Oriol é, na opinião do ex-colega, um atleta na verdadeira acessão da palavra. «Gostava muito de pedalar, um autêntico aficionado das bicicletas. Não sei se continuou a fazê-lo nos Estados Unidos, mas é alguém que adora desporto. Tem uma preparação física muito boa, nunca se cansa. Vais ver quando ele chegar aí», desvenda.

Tocava bateria... só com as mãos

Outra coisa com que os sportinguistas vão poder contar é com um bom animador de balneário. «A bateria? Sim, é muito bom. Gostava muito de o ouvir, tem ritmo. Às vezes, nos treinos, ou quando ganhávamos assim um título, ele punha-se a tocar só com as mãos. Era muito divertido», recorda o defesa.

Com tanta proximidade, é natural que o amigo lhe tenha ligado, uns dias antes de assinar, a pedir conselhos. «Falámos há uns dias. Questionou-me sobre a Liga portuguesa, como era, eu perguntei-lhe pelos rumores nos jornais, e acabou por admitir que tinha uma proposta do Sporting», desvenda, partilhando connosco aquilo que lhe respondeu:

«Disse-lhe que era um bom sítio para dar-se a conhecer na Europa, ainda para mais num clube grande como o Sporting, que tem muitos adeptos. Ele não estava a jogar no Barcelona B, foi para os Estados Unidos, e agora está ai. Deu a volta por cima.»

O conhecimento adquirido, ao serviço do Arouca, permite-lhe dizer que o amigo vai dar-se bem em Alvalade. «Vai adaptar-se facilmente. Tem a escola do Barça, como eu, e numa equipa que gosta de ter bola como é o caso, vai encaixar-se perfeitamente», sentencia, considerando que a contratação de Marco Silva irá favorecê-lo: «O Estoril, para mim, a seguir ao Benfica, era a equipa que melhor jogava à bola.»

Forte mentalidade

Já sabemos que Oriol é forte fisicamente, mas a cabeça não fica atrás. «Uma das coisas que me impressionava é que ele dava tudo nos treinos e, depois, ao fim-de-semana, o treinador não o metia a jogar. Não havia problema, na semana a seguir dava-lhe ainda com mais força. É umas das suas características mais fortes: nunca baixa os braços», explica.

Balliu define o novo reforço leonino um pouco à imagem de um colega do Arouca. «Joga como pivotdefensivo ou então, às vezes, também a central. Destaco sobretudo a forma como sai a jogar, que é muito forte, e também o facto de ser um jogador que trabalha muito . Sim, tem semelhanças com o Nuno Coelho, é verdade.»

Se tiver de arcar com a responsabilidade de substituir William Carvalho, o espanhol acredita que irá suportar a pressão e responder à altura: «Estará preparado. Claro que será preciso dar-lhe algum tempo para se adaptar e conhecer melhor o futebol europeu, mas tem qualidade para jogar no Sporting... e bem.» 

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