Rui Borges recorda festa no Marquês: «Mal vi a minha mãe vieram-me as lágrimas»

22 mai, 12:09
Rui Borges (Foto: SportingCP)

Treinador do Sporting analisou o percurso iniciado em dezembro e apontou ao «tri»

No rescaldo a um fim de semana pleno de festa e inesquecível, Rui Borges recordou o percurso enquanto treinador do Sporting. Em entrevista aos meios do clube, o timoneiro natural de Mirandela recordou a festa no Marquês de Pombal, escolheu o jogo que definiu o bicampeonato e analisou várias personalidades.

«A felicidade é indescritível. Toda a gente devia viver a festa no Marquês uma vez na vida. Sou muito chegado à minha família, é impossível não sorrir. Falei com a minha família após o jogo. Mal vi a minha mãe vieram-me as lágrimas aos olhos. Há momentos que me marcam, como o vídeo que a minha irmã me enviou do meu sobrinho, a pedir à padroeira de Mirandela que o tio ganhasse. São os verdadeiros troféus. Há que desfrutar do momento, mas a partir de agora o nosso foco está na final da Taça de Portugal.»

«Treinar o Sporting foi a melhor prenda de Natal que alguma vez recebi. É a única data a que ligo muito porque tenho a família reunida. Este ano não consegui desfrutar do Natal pelo melhor motivo. Foi um Natal diferente, mas muito saboroso.»

«As primeiras impressões na academia de Alcochete bateram certo com a reunião com o presidente. O ambiente é de família, fiquei muito feliz. O grupo é fantástico, não há egos, ninguém se acha o melhor. Enquanto equipa técnica estávamos no nosso habitat e em casa. Toda a gente quer ajudar, mesmo quando o resultado não é tão bom. As pessoas acreditam num futuro risonho.»

«A estreia na Champions foi o concretizar de um sonho. Por isso é que digo que sou o Rui Borges de Mirandela e que se deixasse de ser treinador amanhã seria a pessoa mais feliz do Mundo. Não é o dinheiro que nos move, ainda que dê outro bem-estar na vida. Toda a gente se vai lembrar do rapaz de Mirandela que foi campeão no Sporting. A sorte dá muito trabalho e tivemos a competência de criar memórias», referiu.

Sobre as diferentes personalidades no grupo, Rui Borges apontou aos líderes e à coesão.

«O Gyökeres tem uma fome e ambição infinitas e isso passa para os mais jovens. O grupo fica com essa fome, nunca estão confortáveis com o que já conseguiram. Querem mais. Essa exigência é um grande fator para triunfar.»

«O Hjulmand tem uma personalidade vincada e ganha o respeito pela imagem, pelo carácter e tranquilidade. É um grande líder, transmite um grande exemplo, tal como o Gyökeres. Ninguém pode ficar atrás do que eles tentam dar à equipa. E não posso esquecer jogadores muito importantes para o balneário como o Nuno Santos, que esteve lesionado e tem uma resiliência diária.»

«O Matheus Reis e o Esgaio ganharam tudo e são a imagem do clube. Deixo uma palavra, também, para o Israel e para o Trincão, o que mais me surpreendeu. Achava que era só um virtuoso. Até pode perder 20 bolas que nunca o vou chatear. Tem um compromisso fenomenal e é por isso que é muito melhor do que quando estava no Barcelona. Quanto ao Israel: temos dado muito valor ao Rui Silva, mas ele tem uma personalidade que adoro. Nunca o vejo triste, está sempre a puxar pelos colegas. É impossível não sorrir ao lado dele», prosseguiu.

Sobre o jogo que definiu o bicampeonato, o treinador dos leões recuou até ao golo de Eduardo Quaresma, em Alvalade, frente ao Gil Vicente.

«O jogo com o Benfica, em Alvalade, foi importante. Estávamos em segundo e voltámos ao primeiro lugar. O jogo em Guimarães também ficou na memória, num ambiente muito difícil. A vitória nos Açores marcou porque foi após o empate com o Sp. Braga e tínhamos pressão. Mas, o jogo que me marcou mais foi contra o Gil Vicente. No discurso antes do jogo disse que o jogo do título não seria contra o Benfica, mas sim naquele dia. Quando o Quaresma fez o golo, corri como um “tontinho”. Vai ficar marcado para sempre», realçou.

Por fim, Rui Borges apontou a dois sonhos.

«Venho de escalões inferiores, o primeiro sonho como treinador era alcançar a final da Taça de Portugal, por toda a beleza, envolvimento e cultura. Acredito que seja uma linda festa, mas quero ganhar. E o «tri» é o sonho de todos nós, será o nosso principal propósito», rematou.

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