Maestro Santos serve trio ofensivo e espreita novas oportunidades
FIGURA DO JOGO: Nuno Santos, o maestro
O médio – por vezes um «faz tudo» – assumiu a titularidade e brilhou na visita a Arouca, na noite desta sexta-feira. Aplicou cruzamentos, ensaiou remates e ofereceu inúmeras oportunidades. Quando deixou o encontro, aos 75m, estava claro que a concorrência é forte, mas a resiliência de Nuno Santos é igualmente notável.
Em simultâneo, Ruben Amorim esclareceu a questão da rotatividade. Sem lesões, este grupo conta com unidades para brilhar e convencer. Entre as novidades no «onze», Nuno Santos assinou uma exibição ímpar.
MOMENTO DO JOGO: penálti, o fado do Arouca, 73m
A derrota dos «Lobos» em Vila do Conde aconteceu em contornos polémicos, por um penálti que poucos convenceu. Desta feita, um ressalto contra o braço de Fukui foi suficiente para o VAR e João Pinheiro, para desespero de Gonzalo García. Tal episódio revelou-se decisivo para encerrar a disputa pelo resultado.
O Arouca meramente deixou correr o tempo, agastado com o domínio do leão.
Outros destaques.
Pote: por várias vezes surgiu no meio, no lugar do camarada sueco, e inaugurou o marcador, aos 24m. Numa noite com inúmeras oportunidades para «molhar a sopa», afinou a mira para a receção ao Lille. Joga de olhos fechados com os colegas de ataque e segue intocável.
Gyökeres: sempre disponível, fletiu para as laterais, a fim de confundir a defesa anfitriã. Foi assim que começou o lance que originou o 0-1. No segundo tempo, o sueco deu seguimento ao tremendo momento, com o oitavo golo na prova. Antes, aqueceu as mãos de Mantl por várias ocasiões. Este é também um «faz tudo», adicionando a envergadura, velocidade e eficácia. Inigualável.
Trincão: ainda que mais tímido, também brilhou. O momento alto ficou guardado para o fim, quando fintou dois adversários e atirou rasteiro para o 0-3. Antes, assistiu Pote para o 0-1. Quando a bitola está estacionada no «muito exigente», estes jogadores justificam o estatuto e replicam – sucessivamente – as boas exibições.
Mantl: o menos culpado nesta derrota do Arouca. O guardião germânico travou Gyökeres, Pote, Nuno Santos e Gonçalo Inácio. Mais, seria complicado. Desprotegido, travou o que pôde. Escasseia segurança e organização na frente de Mantl.
Quenda: joga com um sorriso e faz sorri as hostes leoninas. A cada jogada, a cada finta ou remate, o jovem português alimenta expectativas. Rápido, inteligente e de um «perfume» diferente, apenas pecou na finalização. Continuará a crescer e dará que falar. Ainda mais. Sorte do Sporting, azar de quem encarar Quenda.
Chico Lamba e Dante: erráticos, os defesas do Arouca terminaram a boa exibição por volta dos 20m. Saíram de posição, leram mal as movimentações dos avançados e convidaram aos sprints de Nuno Santos.
Morozov: na falta de Henrique Araújo – e que falta fez – o bielorrusso avançou para a titularidade, ao invés de Trezza. Todavia, a pobreza foi idêntica. Ainda que contrariado por Debast e Inácio, o ponta de lança foi até suplantado por Jason quanto à importância no último terço. Como tal, saiu ao intervalo sem qualquer apontamento de relevo. E o mesmo se poderá relatar de Trezza na segunda parte.
Debast: na «ressaca» das críticas na Bélgica, provou que consegue equivaler a Gonçalo Inácio e Diomande. Seguro, ajudou na construção, fintou os adversários e potenciou o ataque.