Declarações do treinador do Sporting depois da derrota diante do Nápoles (1-2) na Liga dos Campeões
Rui Borges, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, na sala de imprensa do Estádio Diego Armando Maradona, depois da derrota diante do Nápoles (1-2), em jogo da segunda jornada da Liga dos Campeões:
O Sporting acaba o jogo sem pontos por falhar nos pormenores? É mais difícil de aceitar?
«Há coisas que não controlamos. Vou ser o mais honesto possível, ao intervalo disse que o único lance em que não estivemos bem foi o lance do golo, tínhamos de fazer falta e não fizemos. Grandes equipas, com grandes jogadores, num momento, fazem a diferença. Pagámos caro esse momento, porque, de resto, dei os parabéns à equipa. Foi exatamente que estávamos a prever para a primeira parte foi o que aconteceu, a equipa manteve-se rigorosa, concentrada. Agora não vou culpabilizá-los de nada. O erro faz parte. Soubemos reagir, chegámos ao empate, tivemos oportunidade para o 2-1. Se calhar, no único lance…e sabíamos que eles eram muito fortes nos cruzamentos e que fazem muitos, mas tivemos sempre superioridade na área, fomos muito competentes nesse sentido, muito eficazes. Na única vez que não o fomos, sofremos golo. Incrível e foi de um cruzamento da esquerda. É duro pelos jogadores, para mim não é duro porque estou orgulhoso no sentido do que eles foram capazes. É certo que foi por pequenos pormenores, mas é a competição onde estamos. Eles sabem disso, meia distância acaba por nos sair caro e foi o que aconteceu um bocadinho. É duro para mim porque os jogadores mereciam muito mais. Eles é que correm, eles é que cumprem lá dentro e, por tudo o que foram capazes, custa muito ver a frustração deles sair daqui com zero pontos.»
Houve falta de agressividade nos lances dos golos?
«Não, não houve falta de agressividade. Disse que podíamos ter feito falta, mas isso não é falta de agressividade, é mais falta de leitura do jogo que tivemos ali naquele momento. Achávamos que íamos conseguir anular a transição de forma mais limpa e acabou por sair cara. Faz parte do crescimento, mas não quer dizer que vá acontecer sempre. É o momento em si, temos uma grande equipa do outro lado, estamos a falar do campeão italiano com grandes jogadores que, num momento, podem decidir um jogo. Não teve a ver com falta de agressividade, foi mais falta de maturidade. Já disse mais do que uma vez, isto não é Play Station e os jogadores vão falhar muito. Faz parte
O fogo de artifício junto ao hotel e as agressões aos adeptos tiveram alguma influência nos jogadores?
«Não tenho muito a falar em relação a esses acontecimentos. Vi o vídeo e senti que os nossos adeptos foram como os nossos jogadores, foram bravos.»
Sente que este ano tem mais possibilidades de fazer rotação no plantel?
«É diferente porque na época passada tivemos muitas lesões. Chegámos ali a uma parte em que optámos por nos focar no campeonato. Pelas lesões que tínhamos, pelos toques que tínhamos, optámos por nos focar no campeonato. Tivemos de gerir muita gente. Lembro-me que empatámos em Dortmund com mais de metade da equipa B. Optámos mesmo por optar pelo campeonato. Hoje em dia em mais a ver com a semana em si ou o que vem de trás, mas estou claramente feliz por sentir que posso fazer. A mim não me surpreende, sempre disse isso, acho que a equipa tem grande qualidade individual e coletiva. Não me custa nada mudar os jogadores e eles dão a resposta. E vão dar ainda mais para a frente. O importante é termos todos disponíveis. O Diomande, por exemplo, podia ser um jogador importante para hoje, pelos duelos e tudo, mas é um jogador que dava para quinze/vinte minutos. É um caso que parou mais tempo do que o normal e requer algum tempo para voltar à melhor forma. O Geny era um jogador que veio de lesão e estava destinado a jogar só 45 minutos. Há coisas que temos de gerir um bocadinho, espero que para a frente não tenha de gerir tanto. Se tiver toda a gente ao melhor nível, toda a gente vai dar uma grande resposta.»
O que achou das dinâmicas entre Maxi Araújo e Geny Catamo na esquerda. O que pretendeu com a entrada de Pote?
«O Geny foi um bocadinho inglório porque ainda não tinha jogado naquela posição esta época. Na época passada jogou algumas vezes, até pela necessidade da equipa. Hoje optámos por ele, até porque tem um pouco mais de maturidade em relação ao Alisson. Estava um pouco perdido na primeira parte, em ternos daquilo que eram os movimentos para pressionar o Nápoles, mas, faz parte. Não tem jogado lá, sabíamos que podia acontecer, aconteceu um bocadinho, mas no final da primeira parte já estava melhor. Tem uma aceleração muito boa e era isso que procurávamos na fase inicial da primeira parte porque sabíamos que eles nos iam obrigar a jogar num bloco mais baixo. O Pote depois na segunda parte dá-nos aquilo que é habitual nele, deu-nos bola, qualidade e leituras muito próprias e diferenciadas. Está no lance do penálti. Num primeiro momento quisemos ter alguém na aceleração, depois o Pote deu-nos mais bola e qualidade de decisão. Feliz por tudo o que a equipa foi capaz.»