Treinador do Sporting abordou a falta de opções para o meio-campo e garantiu que a equipa vai estar confiante no jogo desta terça-feira
A derrota em Moreira de Cónegos - a terceira seguida - trouxe danos colaterais ao Sporting. Além de permitir a aproximação dos rivais ao topo, em particular do Benfica, a equipa de João Pereira perdeu Daniel Bragança, sendo que Hidemasa Morita é também baixa para o jogo desta terça-feira com o Club Brugge para a Liga dos Campeões.
Com soluções limitadas para colmatar as ausências dos dois centrocampistas (Pote também está lesionado), o técnico leonino levou para a Bélgica vários jovens da formação que podem atuar naquela posição carenciada, como são os casos de Henrique Arreiol e Alexandre Brito.
«Conheço perfeitamente os jogadores que vieram connosco para Bruges», introduziu. «Tenho plena confiança na capacidade deles e por isso é que estão nesta convocatória. São jogadores que trabalham bem. O [João] Simões já estava integrado na equipa principal, mesmo antes de eu ser treinador, porque era um jogador que tinha um elevado nível na equipa B e o Ruben reconheceu isso. O Arreiol, o Mauro [Couto] e o Brito, o mesmo: total confiança se tiverem de entrar ou jogar de início, tal como tenho confiança em todos os outros.»
O registo histórico do Sporting na Bélgica está longe de ser favorável aos leões, mas João Pereira acredita que a equipa conseguirá não só fintar a história como os resultados recentes. «Este jogo é mais uma oportunidade para reverter o momento em que nos encontramos. Vamos encontrar uma equipa que não perde há dez jogos. O Sporting também não tem tido resultados muito positivos aqui na Bélgica e é mais um mote para nós podermos ser a primeira equipa a ganhar aqui e motivarmo-nos para o que resta da temporada, que ainda falta muito», referiu.
O treinador do Sporting não desvendou em quem vai apostar para ocupar a vaga em aberto no meio-campo, mas garantiu que todos os jogadores, mesmo os de outras posições, sabem o que é preciso fazer naquele lugar. E chutou para canto uma questão acerca de um possível regresso de Dário Essugo, cedido ao Las Palmas, em janeiro. «Conto com os jogadores que estão no plantel principal e na equipa B. Podem jogar os miúdos, pode haver alguma adaptação, mas a equipa vai jogar da mesma forma, porque os jogadores treinam todos os dias. O Trincão, se tivesse de jogar naquela posição, saberia o que teria de fazer. O Viktor poderia ser um bocadinho mais complicado, mas ele sabe o que tem de se fazer naquela posição e isso é o bom de treinar e reconhecer o que os colegas fazem nas suas posições, porque um dia podem ter de jogar lá, seja por uma lesão durante o jogo ou falta de substituições», observou.
João Pereira reiterou que, apesar da derrota, o jogo do Sporting em Moreira de Cónegos não foi assim tão mau e que não foi por falta de confiança que os leões voltaram a tropeçar. Amanhã vamos estar confiantes com estivemos contra o Moreirense. Podemos não ter jogado o nosso melhor futebol, pode não ter sido o nosso melhor jogo esta época, mas não fizemos nada que nos levasse à derrota. Em todas as análises frias que se possam fazer, o Sporting foi superior. Teve mais oportunidades de golo e podia ter saído de lá com a vitória. Vi uma equipa completamente diferente do que contra o Santa Clara, muito mais disponível e em busca da vitória. (…) Os jogadores vão estar confiantes e vamos lutar pela vitória para garantir ou quase garantir o play-off e não termos de pensar muito mais sobre isso», apontou.
O treinador do Sporting foi confrontado ainda com um detalhe diferente do jogo da equipa, comparativamente com a era de Ruben Amorim: a maior insistência pelos cruzamentos e se isso não seria uma má ideia, tendo em conta que o jogo aéreo é o ponto fraco de Viktor Gyökeres.
«Não sei se o jogo de cabeça é o ponto fraco do Gyökeres. Até nos cantos tem sido ele a ganhar algumas bolas de cabeça, e importantes, ao primeiro poste que não deram golo, mas que podiam ter dado», começou por dizer, explicando depois porque é que os leões tentaram chegar à baliza contrária mais pelos flancos.
«Se formos analisar friamente outra vez, o Moreirense jogava num 4x4x2. Uma linha de quatro tem mais dificuldades para defender a largura. (...) Agora, o cruzamento não tem de ser sempre para a cabeça. Pode ser rasteiro. Falta-nos a última definição. O Moreirense fechou-se muito dentro. Foi por aí que houve mais cruzamentos do que tem havido», esclareceu.