Jota Silva e o Sporting: como Kevin e até o Rio Ave atrapalharam o negócio

2 set, 15:12
Jota Silva (Jon Hobley/MI News/NurPhoto via Getty Images)

Evangelos Marinakis, empresário grego dono do Nottingham Forest, não facilitou nas negociações com os leões pelo extremo português

Jota Silva queria o Sporting. O Sporting queria um empréstimo sem obrigação de compra de Jota Silva. O Nottingham Forest queria uma venda de Jota Silva. Acima de tudo, Evangelos Marinakis queria - e conseguiu - chatear o Sporting.

Conhecido mundialmente pelo seu lado explosivo e abusivo, o dono grego do clube inglês foi um dos maiores culpados pelo insucesso da transferência do extremo português, que, por poucos minutos, não conseguiu ser inscrito pelos leões na Liga.

Intransigente durante várias semanas, Marinakis começou por dificultar a vida leonina quando, antes disso, tentou incluir o avançado brasileiro Clayton no 'pacote' para fechar Jota. Isto porque, recorde-se, o famoso empresário também é o detentor do Rio Ave, pelo que tentou vender os dois jogadores em simultâneo, na mesma negociação.

Decidido a avançar por Fotis Ioannidis, que acabou mesmo por ser contratado ao Panathinaikos por 22 milhões de euros fixos, com outros três milhões variáveis, os leões recusaram o goleador vilacondense, cujo valor girava em torno de 15 milhões de euros.

A nega por Clayton gerou a primeira grande revolta por parte de Evangelos Marinakis. Como retaliação, passou dias sem facilitar a vida do Sporting na tentativa por Jota Silva, tendo deixado o pior cenário logo para o fecho do mercado.

De longe, Marinakis viu na reta final da janela de transferências o Sporting tentar o espanhol Yeremay Hernández, do Deportivo, e o brasileiro Kevin, que foi vendido pelo Shakhtar ao Fulham. Duas investidas que poderiam ultrapassar a casa dos 30 milhões.

O empresário grego, naturalmente, considerou que os leões tinham então condições financeiras de sobra para pagar 17 milhões por Jota Silva. Ainda assim, o cenário em questão nunca foi considerado, de facto, em Alvalade.

Entre avanços e recuos na última segunda-feira, o Nottingham Forest resolveu ceder e, perto das 23h30, aceitou emprestar o extremo português, desde que o acordo contemplasse os seguintes moldes: taxa de 4,5 milhões de euros e opção de compra de 15,5 milhões de euros.

Os leões tiveram cerca de 15 minutos para apresentar a proposta oficial por Jota, nome pedido exclusivamente por Rui Borges e que nunca chegou a ser unanimidade dentro da estrutura verde e branca. O «sim» de Inglaterra chegou por volta de 23h45. 

Nos 15 minutos seguintes, os dois clubes trocaram documentações e até conseguiram dar entrada no TMS (Transfer Matching System), que é o sistema que valida as transferências internacionais. Porém, o Sporting falhou por um minuto o horário limite para inscrever o reforço na Liga.

Com a negociação desfeita, Jota Silva, agora, volta a ficar à disposição do Nottingham Forest, com quem tem contrato até junho de 2028. Treinou esta terça-feira, inclusivamente. Entretanto, ainda pode sair, visto que há outros mercado abertos, entre eles Arábia Saudita, Grécia e Turquia.

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