Técnico do Sporting em destaque num artigo sobre treinadores promissores do futebol europeu
A "dobradinha" conquistada pelo Sporting, praticamente meio ano após ter chegado a Alvalade para substituir João Pereira no comando do plantel, colocam Rui Borges num restrito lote de treinadores que fecham a época 2024/2025 na rota do estrelato, a nível europeu. É visto até como «um underdog dos bancos, mas que transforma em ouro tudo o que toca».
Essa é, pelo menos, a convicção do jornalista italiano Giulio Di Feo, que assina um artigo publicado na Gazzetta dello Sport em que coloca Rui Borges no mesmo patamar de técnicos como Claudio Giraldez (Celta de Vigo), Iñigo Pérez (Rayo Vallecano), Liam Rosenior (Estrasburgo), Dino Toppmöller (Eintracht Frankfurt) e Sébastien Pocognoli, que conduziu a Union St. Gilloise ao título de campeã na Bélgica.
O perfil de Rui Borges traçado pela Gazzetta dello Sport tem como ponto de partida o apelido de «Figo de Mirandela», terra de onde é natural e onde se fez jogador.
«Nunca passou da II Divisão portuguesa, mas sempre se questionou sobre a forma como fazia as coisas enquanto futebolista. Por isso, quando parou de jogar, aos 36 anos, o Mirandela mandou-o diretamente dos relvados para o banco. Começou no Campeonato de Portugal, a quarta divisão, com uma missão, a manutenção. Ficou em quarto lugar», recorda o artigo.
«A partir daí começa a subir: Académico de Viseu, Mafra, Moreirense. Começou esta época no Vitória de Guimarães. Viu serem vendidos os melhores jogadores da equipa, Jota Silva para o Nottingham Forest e (Ricardo) Mangas para o Spartak Moscovo, mas não perdeu a compostura e conseguiu sete vitórias consecutivas», prossegue.
A saída de Ruben Amorim para o Manchester United, em novembro do ano passado, abriu um período conturbado no Sporting, que conduziu à saída do seu sucessor, João Pereira, apenas um mês após ter sido promovido da equipa B leonina.
«Depois, o Sporting vira-se para Guimarães e paga uma cláusula de quatro milhões de euros para contratar Rui Borges. Quando assumiu o comando da equipa, tinha 10 jogadores lesionados, um grupo com o moral em pedaços e menos três pontos do que o Benfica. No entanto, terminou a temporada vencendo o campeonato sem perder uma única partida em competições nacionais. A abordagem tática não mudou muito em comparação com Amorim, talvez com um pouco menos de filosofia em favor de um saudável pragmatismo», explica o jornalista, antes de entrar na parte humana de Rui Borges.
«É um treinador especial, que ouve e tranquiliza os seus jogadores porque tem a firme convicção de que sem o grupo não pode haver jogo, nem sacrifício em campo. Mesmo àqueles que jogam pouco, explica por que isso acontece», elogia o artigo, antes de apontar o cariz «inflexível na aplicação das regras» por parte do treinador, dando como exemplo o caso de Marcus Edwards: «Era um dos melhores jogadores do plantel, mas foi afastado, em janeiro, por motivos disciplinares, e enviado de volta para Inglaterra, para o Burnley».
Aos 43 anos, Rui Borges vive um momento de consagração, depois de uma subida a pulso pela hierarquia do futebol português. Em dezembro do ano passado, assinou com o Sporting um contrato válido até 2026, com mais um ano de opção.