Ao contrário do que acontece com o Benfica no «Caso Conti», SAD leonina investigou destinatário do dinheiro. Tal como fez o Sp. Braga com o Zenit, e por isso não vendeu Zalazar.
O Benfica, e Rui Costa, voltaram a fazer manchete nos últimos dias devido a problemas judiciais.
Desta vez, a SAD encarnada é suspeita de violar as medidas restritivas aprovadas pela União Europeia, que impedem os cidadãos e as empresas europeias de fazer negócios com entidades russas sancionadas pela própria UE.
Nesse sentido, o Ministério Público abriu um inquérito e chamou Rui Costa a prestar esclarecimentos, tendo a inquirição do presidente encarnado sido adiada a pedido do próprio.
Segundo avança a TVI, Rui Costa vai ser constituído arguido, após ser ouvido, sendo suspeito, entre outros crimes, de branqueamento de capitais.
Sporting pediu pareceres a duas entidades externas
Ora este caso levanta a dúvida de se saber porque é que o Sporting não está também na mira do Ministério Público, já que no último verão negociou com o Spartak Moscovo a contratação de Ricardo Mangas. A resposta é que são casos diferentes.
Antes de mais, e ao contrário do Lokomotiv, o Spartak não tem capital estatal, nem é detido por qualquer entidade sancionada pela União Europeia.
O antigo clube de Ricardo Mangas, vale a pena lembrar, é propriedade da Lukoil, a maior empresa não estatal da Rússia.
Para além disso, segundo soube o Maisfutebol, o Sporting demorou mais de uma semana a fechar o negócio de Ricardo Mangas porque quis ter a certeza da legalidade do negócio.
Para o fazer, consultou duas entidades externas especializadas no tema, tendo obtido um parecer positivo de ambas: nem o Spartak, nem os beneficiários diretos do dinheiro estão sancionados pelos Estados Unidos ou pela União Europeia.
Por isso mesmo o banco não obstaculizou à transferência dos fundos, embora também nem todos o façam.
Sp. Braga também pediu parecer, que foi negativo e por isso cancelou venda da Zalazar
Vale a pena lembrar que também o Sp. Braga esteve muito próximo de fazer negócio na Rússia. O clube minhoto chegou a ter acordo com o Zenit para a venda de Zalazar, por um valor superior a 20 milhões de euros, mas após semanas de espera cancelou o negócio.
Segundo soube também o Maisfutebol, o Sp. Braga pediu um parecer a uma entidade também especializada no tema, que lhe foi indicada pelo departamento jurídico do PSG - parceiro do clube minhoto -, tendo esta dado luz vermelha à transferência.
O Zenit, recorde-se, é propriedade da Gazprom, a maior empresa estatal (e também a maior da Rússia). Por isso não havia forma de o negócio ser legal à luz das medidas restritivas da União Europeia.