Mesmo na América do Sul, a Rússia causa problemas à Europa – desta vez com foguetões

22 jul 2024, 17:05
Soyuz-2 (STRINGER/AFP via Getty Images)

Dois foguetões russos, cada um com um valor que pode chegar aos 73,5 milhões de euros, estão neste momento parados na Guiana Francesa

Não é só na frente de guerra na Ucrânia que a Rússia está a pôr em xeque a Europa.

Na Guiana Francesa, mais concretamente em Kourou, no Centro Espacial da Guiana, o maior da Agência Espacial Europeia, há dois foguetões russos Soyuz-2 inativos, disseram quatro oficiais ao jornal Politico, sob anonimato.

“Há uma espécie de acordo a ser preparado. Nós precisamos do espaço”, disse uma das fontes. Os silos onde estão estes foguetões são necessários para albergar novos foguetões de fabrico europeu, diz o jornal, que salienta que uma eventual negociação levanta “grandes questões geopolíticas”.

A Roscosmos abandonou o Centro Espacial da Guiana em fevereiro de 2022, devido à invasão da Ucrânia, e deixou para trás os dois foguetões, cada um com um valor que pode chegar aos 73,5 milhões de euros. Para já, a agência espacial francesa, a CNES, afirma que não há planos para os retirar do local.

“Não há quaisquer planos para os enviar para a Rússia”, diz a CNES ao Politico. No entanto, estes terão forçosamente de sair devido às novas iniciativas promovidas pelas agências europeia e francesa, no sentido de abrir a exploração espacial, ainda muito dependente de iniciativas estatais, a empresas privadas.

Uma das fontes contrariou a CNES e disse que as negociações com vista à retirada dos foguetões estão a decorrer “num nível muito elevado”. “Há um [Soyuz-2] completamente preparado porque, no início da guerra na Ucrânia, o lançamento estava a alguns dias de distância”, garantiu o oficial.

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