Task-force da educação é "areia para os olhos", acusa sindicato

19 nov 2021, 12:36
Manifestação nacional de professores e educadores

Estrutura sindical adianta que o Ministério da Educação já tinha sido informado para o problema da falta de professores. "Carência só se resolve valorizando a profissão"

O Sindicato de Todos os Professores (STOP) acusou o Ministério da Educação de atirar “areia para os olhos” com a criação de uma ‘task-force’ para ajudar as escolas que ainda têm falta de docentes.

Em comunicado, os representantes de professores escrevem que a medida é “mais areia para os olhos” e pretende “dar a ilusão de que o Ministério da Educação está a tentar fazer algo”.

Na quarta-feira, a secretária de Estado da Educação, Inês Ramires, anunciou a criação de uma ‘task-force’ para ajudar as escolas que ainda têm falta de professores por não conseguirem preencher todos os horários mesmo depois de recorrerem à contratação de escola.

O grupo de trabalho, que será constituído por elementos da Direção-Geral de Estabelecimentos de Ensino e da Direção-Geral da Administração Escolar, vai colaborar diretamente com as escolas para avaliar as situações de carência em concreto.

Sindicato fala em "supostas soluções" que não resolvem problema de fundo

No entanto, a medida não tem sido bem recebida pelas organizações sindicais, que defendem que além de não resolver o problema, poderá até ser contraproducente.

Partindo do pressuposto que as políticas educativas se mantêm, o STOP escreve que as únicas opções para preencher os horários em falta implicam sobrecarregar os professores já contratados com horas extraordinárias, aumentar o número de alunos por turma ou diminuir o grau de exigência para se poder dar mais aulas.

“Todas estas supostas "soluções", na prática, não resolverão o problema de fundo e prejudicarão ainda mais a qualidade de ensino/aprendizagens dos nossos alunos”, lê-se no comunicado.

O sindicato acrescenta ainda que o Ministério da Educação já tinha sido, por diversas vezes, alertado para o problema da falta de professores e sublinha que essa carência só se resolve valorizando a profissão.

Em concreto, defendem menos burocracia, a redução da componente letiva a partir dos 40 anos, a vinculação com base nas necessidades do sistema educativo, alterações nos horários de trabalho, e o direito a formação gratuita e dentro do horário de trabalho.

O STOP reivindica ainda o fim das quotas na avaliação e no acesso ao 5.º e 7.º escalões, a contagem integral do tempo de serviço e aumentos salariais.

“Também já durante este ano letivo chegámos a alertar o Presidente da República, que continua com um silêncio ensurdecedor perante esta flagrante violação do direito constitucional de acesso à educação que está a prejudicar milhares de alunos”, acrescentam.

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