Como pode ajudar as vítimas do sismo na Turquia e na Síria

7 fev 2023, 18:00

Donativos podem chegar aos dois lados da fronteira e ajudar quer voluntários no terreno a resgatar as vítimas, quer os sobreviventes que precisam de medicamentos, água, comida ou até mesmo cobertores

O sismo da madrugada de segunda-feira já fez mais de cinco mil mortes na Turquia e na Síria, sendo que nas regiões afetadas vivem algumas das populações mais vulneráveis do mundo, como é o caso da província de Alepo, onde mais de 4,6 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária para sobreviver.

A Turquia, um dos países que acolhe o maior número de refugiados vindos da Síria, já pediu ajuda internacional para fazer face ao impacto do sismo no seu território e ajudar as vítimas. Também o representante permanente da Síria nas Nações Unidas pediu à comunidade internacional ajuda nos esforços de resgate e humanitários, após o terramoto, e assegurou que o Governo sírio está “preparado” para coordenar a assistência a “todo o território”.

Perante os pedidos de ajuda para ajudar os milhares de habitantes dos dois países afetados pelo terramoto, como é que se consegue fazer chegar a ajuda até à Turquia e à Síria? A resposta está na doação às organizações que estão no terreno.

A  agência de gestão de desastres da Turquia, equivalente ao serviço de proteção civil (AFAD), está no terreno desde a primeira hora e aceita doações (as instruções podem ser consultadas através do site) que serão destinadas "a não deixar sem resposta os pedidos de ajuda das vítimas da catástrofe".

Esta terça-feira, o presidente turco apelou "aos cidadãos e ao mundo empresarial que desejam ajudar a curar as feridas do terramoto" que doem para "as contas da AFAD", anunciando que "não será cobrada qualquer taxa pelas transferências para liras turcas e contas em moeda estrangeira entre todos os principais bancos e empresas participantes no nosso país".

Também a associação voluntária de resgate AKUT pede ajuda a quem conseguir fazer donativos para apoiar os 641 voluntários e os cães de resgates que se encontram nos locais afetados pelo terramoto.

"Até agora, participámos no salvamento de 39 pessoas de estruturas em colapso e estamos determinados a continuar a nossa missão até sabermos que temos tudo ao nosso alcance para ajudar a salvar vidas", escrevem no site, onde estão disponíveis os dados para as doações.

Segundo a Revista Time, o Comité Internacional de Salvamento (IRC), organização que responde às crises humanitárias mais graves e que trabalha em mais de 40 países, está no terreno com equipas que "trabalham incansavelmente para garantir a segurança e o bem-estar do pessoal, dos parceiros locais e das pessoas afetadas" pelo sismo, segundo revelou Tanya Evans, a directora nacional da Síria para o IRC. As doações podem ser feitas através do site.

Outra das organizações presentes no terreno, e que também está a angariar fundos, é a Associação Ahbab, uma rede local de voluntários que conta com  200 filantropos e 30 mil voluntários e está ativa nas regiões afetadas. Os donativos são feitos através de cartão de crédito e em liras.

Também a Oxfam, uma organização global que luta para acabar com a pobreza e a injustiça, está a aceitar doações para o fundo de emergência para ajudar as populações afetadas.

Por sua vez, a União das Organizações de Assistência Médica e de Socorro, que está no terreno a prestar assistência médica independente e imparcial às vítimas da guerra na Síria desde 2012, lançou um apelo urgente à comunidade internacional para que libertem fundos de emergência para fornecer ajuda às vítimas. Para além disso, disponibilizou instruções no site para quem quiser fazer donativos à organização.

Sociedade Médica Sírio-Americana viu um dos seus hospitais ser encerrado por causa do sismo, mas continua a trabalhar na linha da frente para ajudar os feridos e pede agora donativos para comprar material e continuar a fornecer ajuda de emergência.

A organização sem fins lucrativos "White Helmets", que atua nas zonas da Síria controladas pelos rebeldes e é composta por mais de 3.000 voluntários que ajudam a comunidade síria, já pediu ajuda monetária para comprar mais equipamento e alimentos para continuar as operações de busca e salvamento na região. 

O Crescente Vermelho Turco enviou uma equipa com centenas de voluntários e 240 funcionários para a zona afetada pelo sismo que ajudam com comida, fornecimento de tendas, cobertores e camas, mas também serviços de saúde. No terreno, a organização apela à população que doe sangue para que consiga ajudar nos abastecimentos que faz aos hospitais. Para conseguir continuar no seu trabalho, o Crescente Vermelho Turco divulgou os dados bancários para receber donativos.

A UNICEF também pede ajuda para fazer face às suas prioridades: ajudar as crianças que ficaram desacompanhadas e encontrar as suas famílias, perceber qual o impacto dos sismos nas estações de água e quaisquer outras interrupções dos serviços, assim como os danos que as escolas enfrentam depois da catástrofe. Tal como a UNICEF, a Save the Children tem como prioridade as crianças e está a planear apoiar as comunidades afectadas com kits de emergência no meio do clima rigoroso do inverno, pedindo contribuições para o Fundo de Emergência para as Crianças.

Por sua vez, a organização Global Giving lançou o Fundo de Ajuda à Turquia e à Síria e tem como objetivo angariar 5 milhões de dólares (4,643,934 euros) para ajudar nas necessidades imediatas de comida, medicamentos, água e abrigo. A Fundação de Ajuda Humanitária IHH está a recolher donativos para enviar água, alimentos e materiais para construção de abrigo para as pessoas necessitadas, assim com tem uma carrinha a distribuir sopa pela região. Já o projeto HOPE destacou equipas de emergência para ajudar no terreno. "Quando se faz um donativo, está-se a responder a crises sanitárias em mais de 20 países", lê-se no site.

Já as Nações Unidas criaram um apelo humanitário e estão a centralizar as doações para apoiar as operações humanitárias da ONU na sequência dos sismos. Segundo o site, "os donativos irão diretamente para o Fundo Humanitário Transfronteiriço da Síria, uma das formas mais rápidas e eficientes de apoiar as comunidades já fortemente afectadas por uma crise prolongada, condições de Inverno amargas e frias e severas restrições de acesso".

Por fim, os Médicos Sem Fronteiras, que assim que o sismo aconteceu prestaram apoio imediato através do envio de pessoal adicional, kits de abastecimento e cobertores para o noroeste da Síria. "Como organização médica humanitária independente, imparcial e neutra sem fins lucrativos, dependemos da generosidade de doadores individuais para assegurar que podemos responder a emergências como esta em todo o mundo. Ajude-nos a salvar vidas no terramoto Turquia-Síria e noutras emergências em todo o mundo, fazendo agora uma doação generosa e dedutível de impostos", lê-se na página onde é possível fazer uma "oferta de emergência".

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