"O desastre do século". Sismo na Turquia e na Síria já fez mais de 25.400 mortos

Andreia Miranda , com Lusa - notícia atualizada às 14:08
11 fev 2023, 08:07

Equipas de emergência resgataram este sábado várias pessoas que estiveram soterradas sob escombros, em diferentes cidades da Turquia, durante mais de 120 horas

Mais de 25.400 pessoas morreram em consequência do violento sismo que abalou na segunda-feira o sul da Turquia e a Síria, segundo balanços oficiais divulgados este sábado.

De acordo com o presidente Erdogan, 21.848 cadáveres foram, até agora, retirados dos escombros na Turquia, citado pela Anadolu. Segundo o presidente turco, há ainda 80.104 feridos.

"Este terramoto, que é descrito como o desastre do século, causou destruição numa área de 500 quilómetros, embora tenha sido sentido numa área de quase mil quilómetros", afirmou Erdogan em conferência de imprensa, acrescentando que, "atualmente, 160 mil funcionários estão a trabalhar em 10 províncias juntamento com as equipas vindas do exterior."

Já na Síria foram até ao momento, de acordo com o último balanço, contabilizados 3.553 vítimas mortais. 

Estes números elevam para 25.401 o total de mortos nos dois países atingidos por um terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter, a que se seguiram várias réplicas, uma das quais de magnitude 7,5.

Equipas de emergência resgataram este sábado várias pessoas que estiveram soterradas sob escombros, em diferentes cidades da Turquia, numa altura em que as esperanças de encontrar mais sobreviventes vão diminuindo a cada minuto que passa e os trabalhos de resgate já pararam em algumas áreas, com as equipas a começarem a remover os escombros.

No entanto, o exército austríaco suspendeu as operações de salvamento na Turquia, depois de "confrontos entre grupos". De acordo com a AFP, as tropas austríacas estão a abrigar-se num campo de base com outras organizações internacionais e aguardam instruções".

Ajuda ainda não chegou às pequenas localidades na Turquia

Ajuda e equipas de salvamento concentraram-se nas grandes cidades turcas após o terramoto, mas há um grande número de pequenas localidades onde o apoio ainda não chegou, noticia a agência de notícias espanhola Efe.

O terramoto que na passada segunda-feira atingiu o sudeste da Turquia, numa área maior do que a superfície de Portugal, provocou um elevado grau de destruição, incluindo infraestruturas básicas, o que torna difícil a distribuição da ajuda.

O diário turco Hurriyet noticia que muitas das estradas que levam a aldeias rurais da região estão fechadas devido à queda de neve, enquanto o mau estado de muitas estradas de montanha, que já era assim antes do terramoto, complica as comunicações.

Este sábado, o chefe de ajuda da ONU descreveu o sismo como o "pior acontecimento em 100 anos nesta região", tendo elogiado a resposta da Turquia ao desastre como "extraordinária".

Em declarações à Reuters, Martin Griffiths disse que esperava que na Síria a ajuda fosse canalizada tanto para as áreas detidas pelo governo como pela oposição mas que, sobre esse assunto, as coisas "ainda não estavam claras".

O sismo afetou uma população de 13 milhões de habitantes em 10 províncias turcas, onde o acesso à água ainda está cortado ou restrito, na melhor das hipóteses, e há falta de alimentos e o frio também aumenta o risco de epidemias.

Embora mais de 100.000 socorristas e pessoal de emergência trabalhem na área, a sua enorme dimensão, o elevado grau de destruição, os mais de 1.000 tremores secundários registados e o frio complicam os trabalhos de auxílio às vítimas dos sismos.

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