EUA alertam para "um exército" do Estado Islâmico em prisões na Síria e no Iraque

Agência Lusa , MM
12 mar 2023, 08:17
Estado Islâmico (Baderkhan Ahmad/ AP)

O chefe do Comando Central dos Estados Unidos, o general Michael Kurilla, visitou centros de detenção sírios e iraquianos. No centro de detenção sírio em Hasaka, onde estão detidos mais de cinco mil elementos do Estado Islâmico

O chefe do Comando Central (CENTCOM) dos Estados Unidos disse acreditar que existe "um exército do [grupo extremista] Estado Islâmico" nas prisões da Síria e do Iraque, no final de uma visita a centros de detenção.

"Ao visitar centros de detenção, vi a ameaça representada por este grupo de combatentes do Estado Islâmico [EI] detidos. Entre os detidos na Síria e no Iraque, este é um verdadeiro 'exército do Estado Islâmico detido'. Se fosse libertado, este grupo representaria uma grande ameaça a nível regional e não só", disse o general Michael Kurilla, em comunicado.

Kurilla disse ter visitado o centro de detenção sírio em Hasaka, onde estão detidos mais de cinco mil elementos do EI.

O responsável acrescentou que aquele centro, palco de um ataque em janeiro de 2022, continua estruturalmente danificado. Naquele ataque, milhares de combatentes radicais fugiram e 400 extremistas e 121 soldados da Forças Democráticas da Síria (FDS) foram mortos.

As autoridades da FDS e do centro de detenção advertiram que a população detida pode estar sujeita a uma maior radicalização da violência, sublinhando que esta situação pode ser "uma bomba relógio".

Contudo, Kurilla indicou que o objetivo é "continuar a manter os detidos em segurança", ao mesmo tempo que trabalha com os países de origem dos presos para um repatriamento e encontrar uma forma processual de reabilitação.

Por outro lado, o general norte-americano lamentou a situação dos menores nos campos de deslocados, no final de uma visita a Al Hol, campo com mais de 51 mil pessoas, 90% das quais mulheres e crianças vulneráveis, e a Roj, onde se encontram 2.500 pessoas, 96% das quais mulheres e crianças "familiares" de combatentes extremistas mortos ou capturados.

"O campo de Al Hol é um foco de sofrimento humano, e a única solução duradoura é repatriamento, reabilitação e reintegração atempada e bem sucedida dos residentes do campo nos países e comunidades de origem", sublinhou.

Durante a visita, Kurilla reuniu-se com as tropas norte-americanas e as FDS para informar sobre a ameaça colocada pela organização extremista.

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