Cientistas detetam enzima associada ao síndrome da morte súbita infantil

CNN Portugal , DCT
14 mai 2022, 16:40
Bebé a dormir. (Pexels)

Para já, esta descoberta não poderá ser clinicamente aplicada no teste do pezinho, mas servirá de trampolim para mais estudos

Foi identificado o primeiro marcador bioquímico no sangue associado ao risco de síndrome da morte súbita infantil. Em causa, está a enzima Butirilcolinesterase (BChE), que está ligada ao sistema de estimulação do cérebro.

O estudo revela que níveis anormalmente baixos desta substância química podem levar a que bebés saudáveis morram repentinamente durante o sono, uma vez que o défice de atividade cerebral pode reduzir a capacidade do bebé de acordar ou responder a fatores externos, como o aquecimento do quarto ou um cobertor ou almofada em cima do rosto. O estudo foi publicado na revista Lancet eBioMedicine e levada a cabo por Carmel Harrington, investigadora no Hospital Infantil de Westmead, na Austrália.

Até agora não sabíamos o que estava a causar a falta de estímulo [no cérebro]”, disse Harrington, que à conta da síndrome da morte súbita infantil perdeu um filho há 29 anos e desde então tem estudado o fenómeno. “Agora que sabemos que o BChE está envolvido, podemos começar a mudar o resultado para esses bebés e fazer da síndrome da morte súbita infantil uma coisa do passado”.

Para chegarem a esta conclusão, os cientistas australianos analisaram amostras de sangue seco obtidas durante o teste do pezinho de 655 recém-nascidos saudáveis. Destes, 26 bebés que morreram subitamente e 41 que morreram durante a infância por outras causas, conta o The Guardian.

Para já, esta descoberta não poderá ser clinicamente aplicada no teste do pezinho, mas servirá de trampolim para mais estudos. Os cientistas alertam, no entanto, que há outros fatores mais propensos ao risco de morte súbita infantil, como o tabagismo durante a gestação, e que, por si só, podem também contribuir para os baixos níveis desta enzima.

Ciência

Mais Ciência

Mais Lidas

Patrocinados