Crise no INEM: Sindicato admite falhas graves mas elogia compromisso da ministra da Saúde

10 nov, 19:36
INEM

O STEPH mostrou-se esperançado de que a atual vontade política possa reverter a degradação dos serviços e melhorar a resposta à emergência médica no país

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou, este domingo, a degradação dos serviços de emergência médica em Portugal, numa altura em que 11 pessoas morreram em incidentes relacionados com atrasos no atendimento. A estrutura sindical sublinha que, apesar de alertas sucessivos ao Governo e ao INEM ao longo dos últimos anos, não houve melhorias substanciais na capacidade de resposta do sistema de emergência, mas deixa um elogio à ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

De acordo com o STEPH, a redução do número de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar em cerca de 500 profissionais nos últimos seis anos, aliada à desvalorização da profissão, contribuiu para o agravamento da situação, com consequências fatais para os cidadãos. O sindicato recorda que, em anos anteriores, várias falhas no socorro já haviam sido amplamente denunciadas, com desfechos trágicos para a população.

“Alimentada pela diminuição acentuada do número de Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (cerca de 500 nos últimos 6 anos), alicerçada por uma desvalorização constante de uma profissão e do seu salário, o Instituto foi perdendo a capacidade de cumprir a sua missão. Tal teve um custo elevado em vidas humanas que foram perdidas, por deficiências graves no socorro prestado à população”, refere o STEP no comunicado enviado aos jornalistas.

A estrutura sindical afirmou, no entanto, que houve um avanço recente, com a Ministra da Saúde a reconhecer as deficiências do sistema e a assumir um compromisso escrito para a implementação de medidas estruturais para resolver os problemas do INEM. O STEPH mostrou-se esperançado de que a atual vontade política possa reverter a degradação dos serviços e melhorar a resposta à emergência médica no país.

“Pela primeira vez em muito tempo assistimos a uma aparente vontade política na resolução estrutural e definitiva dos constrangimentos há muito existentes”, escreve o sindicato.

O sindicato reafirma que os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar continuarão a cumprir a sua missão com os recursos disponíveis, destacando que a prioridade será sempre a proteção e o socorro à população.

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