Incêndio em Silves em resolução e A2 reaberta

Carla Marques Cordeiro , AM - notícia atualizada às 12:30
26 jul 2022, 08:23

Fogo levou à retirada de habitantes de várias povoações

Foi dado como dominado às 9:00 desta terça-feira o incêndio que deflagrou em São Marcos da Serra, Silves, que levou à retirada de populações e ao corte da A2, cuja circulação já foi retomada.

De acordo com informação disponível no ‘site’ da Autoridade Nacional Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o fogo, que deflagrou por volta das 13:00 de segunda-feira perto da localidade do Fica Bem, na freguesia de São Marcos da Serra, concelho de Silves, no distrito de Faro, ainda mobiliza 597 operacionais, com o apoio de 204 meios terrestres e nove meios aéreos.

Na segunda-feira à tarde, este incêndio levou à retirada de habitantes de várias povoações e ao corte do Itinerário Complementar (IC) 1, além da Autoestrada do Sul (A2).

A A2 esteve cortada mais de 13 horas, tendo reaberto ao trânsito já durante a manhã desta terça-feira, como apurou a CNN Portugal no local.

No entanto, a Proteção Civil admitiu que o trânsito na A2 pode vir a ser novamente suspenso devido a possíveis reativações do incêndio que na segunda-feira deflagrou em São Marcos da Serra, concelho de Silves.

Num balanço realizado às 11:00, o comandante operacional distrital Richard Marques disse que existiam àquela hora “três pontos quentes” a preocupar as autoridades: a frente este, junto à A2, que é a prioridade das forças de segurança, a zona da Carrapateira e a área da “cauda” do incêndio.

“A GNR mantém uma monitorização permanente e uma capacidade imediata […]. Sabemos que isto é um perímetro bastante abrangente, portanto, vamos ter reativações e em qualquer momento esta via [A2] pode voltar a ser cortada”, referiu.

Incêndio “excecional”

Em conferência de imprensa, realizada junto ao posto de comando operacional, Richard Marques adiantou que os meios aéreos e terrestres estão sobretudo, agora, concentrados na zona junto à A2, que liga o Algarve a Lisboa.

Já a zona da “cauda” do incêndio vai ser alvo de ações com ferramentas manuais, pois devido à dificuldades de acessibilidade não foi possível operar com máquinas de rasto nessa área, precisou.

“Vamos manter no terreno todo o dispositivo, sabemos que o dia de hoje vai proporcionar um quadro meteorológico muito semelhante àquilo que vivemos nas últimas 24 horas, até com alguma intensificação do vento”, referiu, acrescentando que o vento poderá alcançar, segundo previsões, os 40 quilómetros por hora.

No seu pico, o fogo, que deflagrou às 13:13 de segunda-feira perto da localidade de Fica Bem, teve uma velocidade de propagação de 2.400 metros por hora, o que é “muito acima daquilo que é a progressão de um incêndio num contexto normal”, pelo que se tratou de um incêndio “excecional”.

Segundo o comandante operacional distrital, não vai ser retirado qualquer meio do dispositivo instalado no local. Richard Marques precisou ainda que a área afetada pelo incêndio não ardeu nas últimas três décadas, o que fez com que assumisse um perímetro extenso.

No entanto, apesar de as previsões apontarem para uma área provável afetada de seis mil hectares, a área atingida pelas chamas “ficou-se por um quarto dessa área”, embora ainda não tenha sido calculada a área de afetação total do incêndio.

O incêndio causou dois feridos ligeiros, um bombeiro e um profissional da Afocelca - estrutura profissional de apoio ao combate aos incêndios -, que sofreram de “exaustão” e “rapidamente recuperaram”, tendo sido transportados para o Hospital de Portimão.

No local, foram ainda assistidas duas pessoas - um bombeiro e um operador de máquinas de rasto -, pelos profissionais do dispositivo do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Cruz Vermelha montado no local.

Perigo máximo de incêndio

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) mantém hoje, pelo segundo dia consecutivo, cerca de uma centena de concelhos de 11 distritos de Portugal continental em perigo máximo de incêndio rural.

Em perigo máximo estão cerca de uma centena de concelhos dos distritos de distritos de Faro, Beja, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Guarda, Coimbra, Viseu, Vila Real e Bragança.

O IPMA colocou também vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental em perigo máximo, muito elevado e elevado de incêndio rural.

O distrito de Faro vai estar sob aviso amarelo até às 18:00 de hoje devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima.

De acordo com o IPMA, o perigo de incêndio rural vai manter-se elevado em algumas regiões do continente, mas vai diminuindo até sábado.

O perigo de incêndio, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje em Portugal continental céu pouco nublado ou limpo, vento por vezes forte na faixa costeira ocidental, no barlavento algarvio e nas terras altas e pequena subida da temperatura mínima no Norte e Centro e descida da máxima.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 16 graus celsius (em Viana do Castelo, Braga, Porto, Guarda e Coimbra) e os 23 (em Faro) e as máximas entre os 25 (em Viana do Castelo, Porto e Aveiro) e os 37 (em Évora).

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